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O Novo Hospital

Coisas…

Falta um mês para as eleições e não passa pela cabeça de ninguém que o próximo primeiro-ministro seja outro que não o Dr. Sócrates. Isto implica obrigatoriamente que os destinos da saúde neste país passarão a ser geridos pelos socialistas e, se bem me lembro, o último ministro da saúde do PS, na era Guterres, foi o Dr. Correia de Campos que ficou famoso por ter vindo à Guarda partir uma cadeira e obrigar a Dra. Maria do Carmo Borges a arrastar com o incómodo de distinguir “novo hospital” de “hospital novo”.

Dentro de pouco mais de um mês, portanto, começaremos a ter notícias concretas acerca do que os novos governantes pensam relativamente a esta questão. No entanto, talvez fosse de bom-tom que os candidatos socialistas se preocupassem em esclarecer desde já o que lhes vai na cabeça. É mais do que óbvio que a tese defendida até agora pelo PPD e pela Dra. Ana Manso é muito mais cómoda do ponto de vista da eleitoralice angariadora de votos: hospital novo é NOVO MESMO de raiz e não custa muito prometer quando se sabe que não é para cumprir. Assim também eu! No caso dos socialistas a coisa não parece tão fácil pois dificilmente escaparão à memória das últimas legislativas e principalmente das autárquicas. Propuseram na altura uma remodelação das actuais instalações e a recuperação dos pavilhões em ruínas, chamando-lhe “hospital novo” de uma forma tímida e envergonhada. O problema que se coloca agora é este: seja “novo”, “velho” ou “assim-assim” o facto é que a cidade da Guarda ainda não parou de perder terreno para a Covilhã e Viseu (e até Seia) e se nada for feito, se tudo não passar de um conjunto de trocas de mimos na procura do voto, qualquer dia destes nem círculo eleitoral temos (Pina Moura e Frasquilho e restantes asas deltas que se cuidem).

Serve esta chamada de atenção (se é que alguém a lê) para que quem de facto tem interesse e necessidade em fazer-se eleger, não se esqueça de que há um assunto incómodo (entre muitos) que dificilmente escapará ao debate; e de quem falamos quando falamos de “elegíveis” pela Guarda? Falamos do Dr. Pina Moura que já confessou que será deputado em part-time e que da Guarda e dos seus problemas não deverá saber mais do que aquilo que lhe vai sendo soprado pelo Dr. Fernando Cabral. Mas o problema do part-time é que, nas ausências do cabeça de lista (sempre que estiver ocupado em ganhar a vidinha) alguém vai ter que o substituir. Quem será?

Não é exagerado dizer-se que a Guarda foi vítima de maus tratos durante o reinado desta gente que (ainda) nos governa(?), o que só constitui uma responsabilidade acrescida para os socialistas. Não vão estes esquecer-se disso porque quem cá vive, quem cá trabalha, não se esquece com certeza.

Por: António Matos Godinho

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