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CDS quer ganhar deputado ao PS

Centristas da Guarda escolhem socialistas para adversários e apelam ao voto útil

A «”orquestra”» do CDS-PP da Guarda ensaiou sábado à noite os primeiros temas para a campanha eleitoral de Fevereiro. Durante um jantar de militantes, os elementos da lista escolheram o PS como principal adversário, apelaram ao voto útil e avisaram que dia 20 vão fazer história no distrito. Aludindo a um estudo do partido que revela que os socialistas têm perdido deputados sempre a favor dos populares, João Caramelo insistiu que «votar no CDS é tirar deputados ao PS e vamos consegui-lo».

O optimismo do cabeça de lista foi uma constante diante de uma plateia de escassas duas dúzias de militantes. O advogado começou por dizer que entre os candidatos centristas pelo distrito «não há primadonas, nem vaidades», são antes «uma orquestra que toca afinada no tempo e no modo». João Caramelo recordou depois a acção dos ministros Paulo Portas, Bagão Félix e Nobre Guedes, sublinhando que «se houve fífias no Governo, não foi seguramente por causa do CDS». Nesse sentido, acha que o seu partido deve ser avaliado por aquilo que fez no Executivo desde 2002 e fez questão de recordar que foi a ex-ministra da Justiça Celeste Cardona quem resolveu «num ano apenas» a construção da nova sede da PJ da Guarda, um processo que se arrastava há anos. E em jeito de balanço garantiu que o CDS é actualmente um partido que traz «sensatez» ao exercício do poder. «Nós somos o garante da estabilidade, somos de uma lealdade inexcedível e, por tudo isso, somos úteis», afirmou. Características que não vê em José Sócrates: «Ele não tem uma única ideia. Mal vamos nós se alguém consegue ganhar eleições assim», disse, acrescentando que os socialistas «enganam-se sempre quando fazem contas e se já se enganam quando são candidatos, o que será quando forem Governo».

De resto, constata que os socialistas se apresentam a este escrutínio com «as mesmas pessoas que fugiram com António Guterres», o que é um mau sinal para João Caramelo: «Votar PS é ter mais do mesmo e ideias comidas pelo tempo», sentencia, dizendo mais uma vez que o distrito está «órfão de representação». O candidato considera fundamentais para o desenvolvimento da região os sectores do ambiente, turismo e agricultura, receando que a Guarda se transforme num «repositórios de sanatórios para a terceira idade». Luís Saraiva, mandatário distrital, recordou, por sua vez, que a lista do CDS é constituída por «gente do distrito» e representantes de quase todos os concelhos e actividades. «São áreas em que a Guarda é carente», como a agricultura e as micro-empresas, constata. E não estranhou que o PS ainda não tenha dado «sinal de vida» por cá, é que o cabeça de lista «está lá para a capital do ex-império», ironizou. Quem não acredita «em Messias» é João Amaral, que defende uma «aposta séria» na criação de trabalho a partir das famílias e micro e pequenas empresas do distrito. «Esse é um investimento seguro que permite longevidade na criação de riqueza e de emprego», referiu. A lista do CDS é constituída por João Caramelo, Eduardo Magro dos Reis (Pinhel), João Amaral (Seia), António Carlos Pina (Juventude Popular), João Paulo Antunes (presidente concelhia de Celorico da Beira), Carla Flor (Figueira de Castelo Rodrigo) e Olímpio Damasceno (ex-delegado distrital do PP).

Luis Martins

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