Sem surpresas, José Albano Marques foi reeleito para um terceiro mandato na presidência da Federação do PS da Guarda. Na passada sexta-feira, o candidato único – após a exclusão de Fonseca Ferreira pela Comissão Nacional de Jurisdição do partido – fez um «repto sentido» aos apoiantes do seu ex-adversário. «Desafio-os a participarem no projeto que apresentei, pois o meu objetivo é agregar e não dividir, apesar de ter havido alguns camaradas que se excederam nas últimas semanas», disse.
O líder obteve 901 votos num universo de 1.507 militantes em condições de votar, resultado que «ultrapassou em muito» as suas expetativas, referiu aos jornalistas no final da noite. Isto porque «estavam inscritos menos mil militantes que em 2010, mas tive mais 200 votos», contabilizou José Albano Marques, para quem «as dúvidas que ainda houvesse relativamente à força da minha candidatura foram dissipadas» nessa noite. O presidente da Federação, um cargo que ocupa desde 2008, assume que o seu próximo objetivo é ganhar a maioria das Câmaras em 2013, mas para isso considera que o PS tem que «demonstrar rapidamente no terreno que está unido e coeso». Sobre o recurso de Fonseca Ferreira para o Tribunal Constitucional, o dirigente disse-se «tranquilo e confiante» da decisão final e recordou que o seu «pseudo-adversário já não vai poder contestar ou recorrer do voto dos militantes».
De resto, acusou Fonseca Ferreira de ter feito «muito mal» ao PS e fez questão de sublinhar que obteve «uma grande vitória» em Trancoso – de onde é natural o urbanista. «Ele teria tido uma grande surpresa se tivesse ido a votos», considerou José Albano Marques. Mas não esperou pela resposta, pois Fonseca Ferreira desvalorizou o ato eleitoral, classificando-o de ilegal. «Segundo o preceituado no Código do Processo Civil, não deveria ter havido eleições até ser conhecida a decisão sobre a providência cautelar», declarou o antigo presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), que promete não desistir de concorrer na Guarda. Ao contrário do que é habitual, os jornalistas não tiveram acesso aos resultados eleitorais em cada concelho, tendo sido apenas confrontados com a percentagem final de votos no vencedor.
Luis Martins 
