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«O meu adversário mais forte é a abstenção e é contra ela que luto»

Entrevista a Álvaro Amaro, candidato do PSD à Câmara da Guarda

P – Em 2014, em entrevista a O INTERIOR, garantia que ia fazer um grande mandato. Qual é o seu balanço?

R – A resposta vai ser dada a 1 de outubro porque é aos guardenses que compete julgar isso. Na minha autoavaliação, que fui fazendo nestes quatro anos, a verdade é que, além dos números, que representam feitos e conquistas para a Guarda, creio que a Guarda é hoje uma cidade, objetivamente – até os meus adversários o reconhecem – que entrou no radar do investimento, da atração. É apontada, de norte a sul, como um bom exemplo de como foi possível estancar o que se vinha verificando – e os números falam por si – e criar uma esperança maior, ainda que haja um grande trabalho a fazer – como li no último Editorial de O INTERIOR –, com a envolvência das populações, dos autarcas e dos Governos. Portugal é um país desequilibrado e os Governos têm que olhar para o país de uma maneira mais positivamente discriminatória, mas não têm olhado. A minha luta, a minha esperança, é conseguir unir todo este espaço do interior e tomar posições de reivindicação maiores.

P – Qual foi o ponto mais alto deste mandato, na sua opinião?

R – Vou referir dois para não dizer vinte. A maior obra foi pôr as contas em dia, pois não é admissível para a economia local e regional uma Câmara que pagava a cerca de um ano e meio e agora paga a dez dias. A segunda é que não quis ser presidente da Comunidade Intermunicipal para ter a sede na Guarda. Os socialistas andaram ano e meio a desconfiar disso e acreditaram quando depois viram o presidente da Câmara da Covilhã a ser substituído pelo autarca do Fundão. A rotatividade era feita entre a Guarda e a Covilhã, porque são os maiores municípios da CIM, e abdiquei disso em prol do reforço da capitalidade da Guarda, algo que tinha dito que ia fazer.

P – Porém, os seus adversários consideram que o balanço destes quatro anos de Álvaro Amaro na Guarda são essencialmente festas, rotundas e flores. Que contrapõe a essas críticas?

R – Contraponho com 51 lotes vendidos na PLIE. É sabido o “estado da arte” e também que a Guarda tinha muitos camiões estacionados nas ruas e hoje temos lá um terminal TIR de que se falava há 20 anos e que é dos mais competitivos na península, por isso dá gosto ver a economia na PLIE. Houve empresários que compraram 51 lotes, vão investir mais de 25 milhões de euros e criar mais de 500 postos de trabalho, mas também os investimentos da Bernardo Marques, da JOM, da Sodecia, da Coficab, da Olano. É claro que isso é mérito dos empresários, mas e se a Guarda não estivesse no radar?

P – Em dezembro de 2014, quando Bernardo Marques comprou as instalações da Delphi, anunciou que esta era a primeira de muitas prendas para a Guarda neste mandato. Quais foram as outras?

R – Em termos de economia, uma empresa que já emprega 200 trabalhadores, faz um investimento de 6 milhões de euros e cria 60 novos postos de trabalho é o mesmo que um novo investimento que vem criar 60 postos de trabalho. Foi o que aconteceu com a Sodecia há dois anos e meio e não foi tão valorizado. O projeto para a Mercedes veio para a Guarda porque o grupo considerou que o município se tornou amigo do investimento. Por outro lado, fui eu, como presidente da Câmara, que não despedi os trabalhadores das empresas municipais que iam ser despedidos se o PS ganhasse novamente a Câmara. O dono da JOM também disse alto e bom som que há oito anos queria vir para a Guarda, mas ninguém o atendeu e foi para a Covilhã e agora está também na Guarda.

P – O que vai ser o Centro Tecnológico Automóvel?

R – Vai começar pela componente formativa, num processo que está praticamente concluído. No próximo ano letivo vai começar no IPG um curso onde os 30 alunos que o frequentarem têm emprego garantido nessas quatro empresas. O meu desejo no médio prazo é que este curso possa interligar ainda com a Escola Profissional da Guarda. Por enquanto, os parceiros são a Câmara, a Coficab, a ACI, a Dura, a Sodecia e o IPG. Contudo, o grande projeto das próximas décadas para a Guarda é a plataforma ferroviária. Ninguém se pode alhear disso. Reuni na semana passada com um operador privado, um dos principais utilizadores da plataforma da Bobadela, que está empenhado em tomar todo o nó ferroviário, por arrendamento, mesmo antes de se cruzar cá a Linha da Beira Alta e a Linha da Beira Baixa. Só espero que as Infraestruturas de Portugal ponham isto a concurso até ao final do ano. É o projeto das próximas décadas.

P – Para Eduardo Brito, a marca deste mandato, o seu, é que uma pessoa por dia saiu da Guarda? Qual é a sua marca?

R – Não sei se o candidato do PS é bom em contas. Para sermos sérios na análise temos que recuar no tempo e não me consola nada verificar que perdemos pessoas, mas menos nestes últimos anos. Mas quando estamos num patamar de reduzida exigência, de apagamento, de amorfismo, de tristeza, temos que ter um ânimo, que uns chamam outras coisas. Olhe, eu divirto-me com o que dizem das festas. Mas quanto mais o repetem mais votos ganho, garanto-vos! Há quatro anos não prometi fazer as festas da cidade, foi o PS, mas adorava fazê-las e não sei se as farei no próximo mandato. Eu gostava era que, responsavelmente e com seriedade política, dissessem que eu promovi quatro ou cinco eventos importantes e que eles, se ganharem, não os farão. Isto é que era de categoria, mas não, andam a dizer que são boas, mas… O PS chamou à primeira edição da Feira Ibérica de Turismo a feira dos carrinhos e das farturas, na última Assembleia Municipal um responsável socialista reconheceu que uma das três coisas boas que este executivo fez foi a FIT. A Feira Farta é boa, mas… Daqui por um ano ou dois viva a Feira Farta, é assim, eles demoram a assumir as coisas. Nós fizemos economia com esses eventos, é essa a marca do meu mandato, basta perguntar ao comércio local. Em dezembro de 2013 disse que os dois eixos em que assenta toda a minha orientação política neste mandato eram aumentar o poder de atração e estimular a economia local. Desafio qualquer um se isto não foi conseguido. O número de turistas que visitam a cidade cresceu 60 por cento e eu quero atrair muitos mais, em particular os espanhóis, e garanto-vos que vamos conquistar esse objetivo.

P – Nesta área recuperou a relação com Béjar e está a tentar uma ligação a Guijuelo e a Salamanca, é esse o caminho?

R – É esse o caminho, mas queremos multiplicar isso e temos um longo caminho a percorrer para conquistar o mercado espanhol. Quando dizemos que vamos fazer um Erasmus turístico e que queremos projetar a Guarda com grandes eventos, porventura poderemos fazer um grande festival de juventude, é para termos um poder de captação maior. Agora os resultados não surgem de um dia para o outro. O PS tem que dizer que não quer as festas porque custam dinheiro. Aliás, a Câmara da Guarda só paga 15 por cento de muitas das despesas que temos com esses eventos. Nunca faria nem metade do que fiz se não conseguisse esses financiamentos, pelo que as pessoas têm que se informar antes de criticar. Eu preferia que todos os concelhos da região crescessem. De 2010 para 2013, segundo o INE, na Guarda passou-se de 4.335 empresas para 4.194, diminui-se três por cento, 176 empresas. De 2013 para 2015 subimos para 4.384, mais 4,5 por cento e 190 novas empresas. É certo que o número de empresas dissolvidas também aumentou em relação à média nacional, mas no volume de negócios houve uma redução de meio por cento até 2013 e um acréscimo de 2,4 em 2015. A Covilhã perdeu praticamente dois por cento, Castelo Branco ganhou 1,7.

P – Um dos aspetos que referiu como referência do mandato são as contas. Qual é neste momento o estado financeiro do município? Quanto deve, tendo em conta que grande parte dessa dívida foi reformulada, alargando os prazos de pagamento?

R – Houve um objetivo de poupança e outro de reestruturação da dívida. Ao contrário do que dizem por aí, não contraí um euro de empréstimo nestes últimos quatro anos para investir ou gastar. Fiz novos empréstimos para renegociar a dívida e substituir outros em condições mais favoráveis. Foi assim recentemente quando substituímos um empréstimo de 19 milhões e poupámos um milhão de euros em juros. A isto chama-se gestão. Estou a acabar a auditoria que vou entregar a todos no início do mandato, tal como há quatro anos. Vai lá estar tudo, a dívida, os compromissos de dívida e a via litigiosa, que, na prática, constituem o passivo da Câmara. Em 2013 esse passivo era de 91 milhões de euros, nós reduzimos 45 milhões porque reestruturámos a dívida, poupámos e negociámos com os principais credores, com quem acordámos pagar 300 mil euros por mês até se fazer o saneamento financeiro. A 30 de setembro de 2017, a Câmara tem dois milhões de euros a prazo para financiar as obras que estão em curso e outras que queremos fazer. Atualmente, quem não tiver o dinheiro não pode aceder aos fundos comunitários, foi isso que estoirou com a capacidade de investimento da Câmara da Guarda no passado. Tivemos que fazer uma gestão cuidadosa mas não deixamos de fazer investimentos na cidade e nas freguesias. Como se pode dizer em 2017 que a taxa do IMI cobrada pela Câmara da Guarda é a maior do país? É falso porque é 0,40 por cento, sendo de 0,50 em Celorico da Beira pelas dificuldades financeiras que é sabido, de 0,48 em Seia e Fornos de Algodres é 0,45. A candidatura do PS deve retratar-se dessa afirmação. Eu salvei o município da “troika”, o Fundo de Apoio Municipal (FAM). Quem diz isto devia conhecer melhor a situação – eu conheci bem a situação da Câmara que Eduardo Brito governou. Se o município da Guarda fosse ao FAM o IMI seria de 0,5 por cento, mas não aconteceu e pusemos o IMI em 0,45 durante os dois primeiros anos. Quando saneámos as contas o imposto baixou para 0,40 e não houve intenções eleitoralistas nesta decisão. Eduardo Brito diz que cobramos 8 milhões de euros no IMI, mas cobramos 6,9 milhões em 2016 e em 2017 vamos exatamente por aí. Até 25 de agosto tínhamos cobrado 4,2 milhões de euros. A Câmara deliberou os valores máximos que a lei permite para ajudar as famílias: 20 euros para quem tem um dependente, 40 para dois e 70 para três ou mais filhos. E se o Governo aumentar esses descontos no próximo Orçamento de Estado a Câmara vai acompanhar. O IMI social fez com que deixássemos de receber cerca de 300 mil euros mas estamos a ajudar as famílias.

P – E para o ano?

R – Temos dois milhões de euros, além de podermos continuar a financiar tranquilamente as obras que estão por concluir – e falta-nos pagar um milhão de 1,2 milhões de euros –, garanti que vamos realizar mais um sonho da Guarda: a variante que liga a rotunda dos Efes à Viceg, que tem um custo estimado de 3 milhões de euros. Se o Governo conseguir a reprogramação dos fundos comunitários em 2018 para que a Comunidade Europeia financie alcatrão e pagarmos apenas 15 por cento desses 3 milhões, ou seja 450 mil euros, eu baixo imediatamente o IMI. Se não houver reprogramação – até final de 2018 não vamos conseguir arrancar com esta obra – os guardenses responderão se querem uma coisa ou outra.

P – E na derrama cobrada às empresas?

R – Até a posso eliminar porque o valor cobrado é residual, cerca de 60 mil euros.

P – A sua aposta será sempre uma majoração fiscal para as empresas se instalarem no interior?

R – Claro. Deve ser progressiva para as empresas que queiram instalar-se no arco do interior. Só há uma via para combatermos o despovoamento. Ou os Governos têm a coragem de apertar os numerus clausus em determinados cursos nas universidades e politécnicos do litoral e assim canalizar indiretamente alunos para cá e mais alunos é mais economia. Ou haver majoração fiscal para as empresas. Pôr mais empresas aqui não é descer o IRC 25 ou 15 por cento porque o resultado é nulo. É preciso dizer que quem vem para cá no primeiro ano paga um ou dois por cento e depois sobe-se até aos 25 por cento. Tem que ser uma política nacional, é por isso necessário mobilizarem-se vontades e muitas vozes fora dos quadros políticos eleitorais – e é agora, temos um ano para isso – para reivindicarmos medidas como esta. A Unidade de Missão para a Valorização do Interior apresentou 164 medidas, mas até a coordenadora já saiu, e todos reconhecemos que foi um flop. Infelizmente ainda não é desta que um Governo aposta no desenvolvimento do interior. E o exemplo mais constrangedor de que este Governo despreza o país real é não incluir nenhuma cidade da nossa sub-região para discutir com a sociedade civil o que devem ser os fundos comunitários pós 2020. Um bocadinho mais de respeito por estes territórios não ficava nada mal ao Governo do PS. Veja-se o que se passou com o Centro Educativo do Mondego, que foi transferido para Vila do Conde quando o que devia ter acontecido era os jovens ali internados virem para Cavadoude. Oficiei à ministra da Justiça a dizer que não discutia a decisão desde que se mantivesse a estrutura e se aumentassem os postos de trabalho na Guarda. No entanto, agora os funcionários estão a ser pressionados para irem para Lisboa e ainda não temos cá a outra função do Estado, o tal estabelecimento prisional feminino. Isto é que é olhar pelo interior? Sobre isto é que gostava de ouvir o PS.

P – O Hotel Turismo continua fechado, a sua promessa de referência que não cumpriu. Culpa de quem? Qual é a situação e o que espera que possa acontecer brevemente?

R – A história deste processo é conhecida. Prometi e vou cumprir e só não cumpri porque a resolução do caso não depende só de mim. O Governo anterior trabalhou devagar, pôs à venda mas ficou deserta e o arrendamento com opção de compra esteve quase. Chegou este Governo, que também é muito lento, e fez uma nova avaliação que baixou o preço do imóvel de 1,7 milhões para 1,5, antes tinha custado 3,4 milhões. Vejam como é que o Estado desperdiça dinheiro pela lentidão. A atual secretária de Estado do Turismo propôs a concessão e a inclusão do hotel no programa Revive. Não quero saber se é vendido, arrendado ou concessionado, quero é o hotel aberto. O concurso está a decorrer e tenho tido um ou outro contacto, penso que há pelo menos um candidato. Também sei que um empresário escreveu à governante, e me deu cópia da carta, onde diz que não concorda com o Revive e quer comprar a pronto o hotel por 1,5 milhões se o Governo o puser à venda, cumprindo todas as outras regras, nomeadamente a de abrir ao fim de quatro anos. É este o ponto da situação.

P – O candidato do PS quer fazer a famosa “estrada verde” de ligação da Guarda à Serra da Estrela. Que comentário lhe merece essa proposta?

R – Isso é de rir, porque eu fiz a parte dessa estrada no concelho de Gouveia, com ligação aos Casais de Folgosinho, que custou 4 milhões de euros e pagámos 15 por cento. Na altura a Guarda não a quis fazer e perdeu essa oportunidade porque é uma via muito importante para ligar a cidade à Serra da Estrela e também para drenar o turismo espanhol para o maciço central, que é um ícone nacional. Foi um erro estratégico profundo e chamei a atenção dos responsáveis da Guarda de então.

Se houver a reprogramação dos funcos comunitários para financiar estradas garanto-lhe que equacionarei essa obra porque é estratégica para a Guarda.

P – Quais são os seus planos para o centro histórico?

R – Primeiro recuperar, depois atrair e a seguir virão as pessoas. Quero instalar a Comunidade Intermunicipal – espero que os meus futuros colegas do PS assumam que a sede deve continuar na Guarda –, o que será muito importante para dinamizar o centro histórico. Comprámos a casa ao lado dos antigos Paços do Concelho para alargar a sede da CIM e para a atividade comercial. Vamos também fazer uma coisa do tipo das sociedades de reabilitação urbana. Até fazia uma com o Estado se bancar com 50 por cento, como fez em Coimbra, Braga ou Porto. Vamos ainda intervir na Praça Velha e convidei a secção regional o Norte da Ordem dos Arquitetos a apresentar propostas de requalificação da requalificação da Praça Luís de Camões, que não foi particularmente feliz. Requalificando esse espaço, dando mais vida a alguns edifícios, creio que estamos no rumo certo para o centro histórico porque umas coisas puxam as outras.

P – Uma candidatura adversária propõe fazer ali uma “fábrica de cultura”, também vai por aí ou nem por isso?

R – Já temos uma boa produção de cultura no TMG, isso é quase um insulto. Vamos modernizar o Teatro Municipal, pois a Direção-Geral das Artes aprovou finalmente a ligação coberta entre os dois blocos para tornar mais atrativa a ida ao TMG. Vamos abrir o concurso dentro em breve.

P – O que há de novidade para a plataforma logística?

R – 51 lotes estão vendidos, 25 milhões de euros de investimento e mais de 500 postos de trabalho, com destaque para a Olano, que está afazer um investimento enorme. No dia 1 também vou ser julgado por ter baixado o preço do metro quadrado na PLIE de 20 e 25 euros para 3. Por isso vendi mais lotes que eles todos. Estamos em boas negociações com uma grande empresa, que está a ser muito disputada no país, mas não é a Tesla, à qual propomos a plataforma como local potencial de instalação. A PLIE está hoje muito diferente do que era há quatro anos. No próximo mandato direi com mais propriedade “quem a viu e quem a vê”, mesmo que não venda mais nenhum lote, coisa que não me passa pela cabeça. Até 2020/2021 creio que estará aí a plataforma ferroviária e isso alterará, e de que maneira, a economia e a própria cidade porque se poderá equacionar o projeto do porto seco. Um dos maiores operadores de logística pela via ferroviária esteve na Câmara e disse que o local é fantástico e não precisa de nenhum investimento. Se a Infraestruturas de Portugal não fizer o concurso para privados, a Câmara toma conta do espaço junto à estação de comboios e depois concessionamos a privados a custo simbólico.

P – Qual era a marca que gostaria de deixar na Guarda?

R – Queria a sede da CIM para todo o sempre na Guarda. Não sei se haverá regionalização, mas as comunidades intermunicipais nunca mais vão acabar, têm tudo para ser reforçadas. Portanto, é uma marca muito importante e vou fazer tudo para que continue cá. Se o Hotel Turismo for entregue no próximo mandato será também fantástico, mas isto será uma decisão do Governo, eu limitei-me a lutar por ela. Também não sei se será possível fazer a variante à rotunda dos Efes. No entanto, considero que a minha principal obra, numa tarefa gigantesca, foi pôr as contas em dia, credibilizar a Câmara da Guarda e projetarmos ainda mais a Guarda e pô-la no radar, o que nos conduziu, por exemplo, a sermos convidados para sócios fundadores da Fundação Serralves. Requalificar e dar mais vida à Praça Velha também será uma grande obra, tal como será quando pusermos a Rua do Comércio ainda mais bonita.

P – Disse estar seguro que vai ganhar por mais de 51 por cento. Aposta numa vitória tão ou mais expressiva que em 2013? Gostava de repetir o 5-2? Por vezes, dá a impressão que gostava de chegar ao 6-1?

R – O que tenho dito é que há quatro anos ganhei com 51 por cento e houve 40 por cento de abstenção. É esse o meu adversário mais forte e é contra a abstenção que luto, mais pela Guarda do que por mim. Eu sou presidente da Câmara por um voto, mas preparei-me para este “exame”, foram quatro anos de muito trabalho. E quero ter a melhor nota, o povo é que a vai dar e por isso quero ter uma vitória muito forte.

P – Pelo meio pediu também um «severo castigo eleitoral» para o PS nestas eleições. Quatro anos depois continua a achar que os socialistas têm de ser castigados? Não foram já severamente castigados em 2013?

R – Os dirigentes socialistas merecem mesmo a derrota. Foi assim em 2013, mas volvidos quatro anos não se entenderam, foram sempre o partido do não, da crítica e um bocadinho da abstenção. O Bloco de Esquerda e a CDU tiveram um comportamento mais construtivo nas Assembleias Municipais porque o PS, na ausência de direção, se desmembrava de dia para dia.

P – Mas não é Álvaro Amaro e o seu executivo que tem que ser julgado pelos eleitores?

R – Eu tenho que ser julgado por duas coisas: pelo que fiz ou não nestes quatro anos e que os guardenses devem comparar com os oito ou dez anos anteriores, em que os responsáveis políticos na Câmara eram os socialistas. Além disso, não se tem a mesma força perante o poder central se for eleito por poucos votos ou por uma vitória forte, no sentido de se ter uma capacidade reivindicativa mais forte.

Luís Baptista-Martins/Luís Martins

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Um mandato que fez andar a roda da economia e do investimento para trás. Uma desgraça para a Guarda-
 
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Os guardenses estão contentes com o IMI mais alto e taxas mais altas e gostam de propaganda e continuarão no caminho do declínio total.
 

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