Felizmente no nosso país, vamos tendo movimentos ou iniciativas de solidariedade com os mais desfavorecidos, ou para alguém que sofreu uma aflição ou desgraça inesperadamente.
Mas na hora exacta e imediata falta qualquer coisa mais apalpável, mais viva e que se possa fundir com o amor ao próximo.
É frequente ver-se uma mãe aflita por não ter dinheiro para tratar clinicamente o filho, ou para a compra de livros de estudo, para os quais tem que pedir o seu pagamento possível em prestações, uma mãe solteira que foi abandonada por um canalha e não tem dinheiro para as despesas de imediato, uma cirúrgia que necessita ser ultrapassada na lista de espera, alguém que está acamado e necessita de mais ajuda, um lar de idosos carentes de mais cuidados. E outras tantas situações de desespero que não têm conta.
Por isto seria simpático criarem-se nas localidades, uma espécie de mealheiro em que as pessoas ali depositassem aquilo que lhes fosse excedente em dinheiro ou algo metálico valioso. Nada de comida ou vestuário. E quando esses valores fossem solicitados e aplicados de imediato seriam testemunhados pelo guardião desse tesouro.
Estas dádivas não podiam ser consideradas esmolas, não tinham hora nem dia, mas sim a nossa vontade e fé nos impelia a isso, para uma ajuda rápida e concreta a alguém que está em dificuldade monetária.
Os montantes recolhidos, até que podiam ajudar um grupo de jovens a adquirirem um terreno para praticarem desporto, ou até para o restauro do telhado de uma igreja, mas nunca para uma construção sumptuosa, seja ela feita no adro ou num santuário, porque tem à sua frente a prioridade de tentar atenuar muitos dramas terrenos.
António do Nascimento, Guarda