Álvaro Amaro assume a sua «quota de responsabilidade» no mau resultado que o PSD obteve no concelho da Guarda nas últimas autárquicas, mas considera que «se Ana Manso, e outros militantes, se tivesse empenhado mais na campanha, certamente que poderíamos ter tido um melhor resultado». É deste modo que Álvaro Amaro, que anunciou publicamente a sua recandidatura à Distrital do PSD na última segunda-feira, reage às críticas de Ana Manso sobre a votação obtida na capital de distrito.
O dirigente considera que «houve pessoas com responsabilidade ao nível da militância no partido que se alhearam do processo autárquico» na Guarda. Outra crítica é a de ser um presidente ausente e o dirigente responde de forma lacónica: «A conversa dos socialistas de Gouveia é a mesma e mandato após mandato eu tenho reforçado a votação», frisou. De resto, sustenta que os resultados globais das três eleições realizadas este ano «deixam-nos globalmente satisfeitos», frisando que «só não está unido quem não se quer unir» e que «só não esteve unido quem não o quis fazer». Sobre os motivos que o levaram a avançar para a recandidatura, realça que sentiu «apoio» e que o «partido e o país» estão «num ponto fundamental da sua história» e que não podia virar a cara face a este desafio». Questionado sobre as possíveis razões que poderiam ter motivado a que duas pessoas que já estiveram do “mesmo lado” se venham agora a defrontar nas eleições para a Distrital, Álvaro Amaro afirma que «não sei responder a essa pergunta. São opções estratégicas certamente. Já estivemos do mesmo lado. Hoje não estamos e amanhã estaremos», uma vez que para si «as pugnas eleitorais terminam no dia das eleições». O candidato reagiu ainda a uma recente entrevista de Ana Manso que apelidou de «ingrata e demasiado provocatória», considerando que foi a sua adversária nas eleições de 5 de Dezembro que «se excluiu de ser candidata a deputada. Foi a sua maneira de ser. Não fui eu», assume. O também presidente da Câmara de Gouveia voltou a recordar que consigo na Distrital «nunca houve candidatos a deputados de fora do distrito» nas três vezes em que se realizaram eleições, enquanto que nas duas com Ana Manso «houve».
No entanto, assegura que não avançou com a recandidatura «contra ninguém, nem com qualquer preconceito relativamente ao esforço, empenho, vigor militante e sentido de ética política seja de quem for. E muito menos daqueles que connosco partilharam muitos combates, muitos sucessos e poucos desaires». Álvaro Amaro considera que «ganhar daqui a quatro anos no país e nos municípios começa hoje», indicando a regionalização como um processo em que a Distrital deverá ter uma «participação activa». Realça que «um projecto político nunca foi nem nunca será uma construção de uma pessoa só», não acreditando em «salvadores da Pátria nem em semeadores de promessas vãs». O dirigente volta a apostar em João Prata e António Edmundo para vice-presidentes, tendo António Peres como tesoureiro. O candidato a presidente da Assembleia Distrital é, de novo, Júlio Sarmento, enquanto que o nome de João Mourato para candidato à presidência do Conselho de Jurisdição é uma das novidades. O processo eleitoral vai decorrer entre as 17 e as 21 horas em cada uma das 14 concelhias do distrito.
Ricardo Cordeiro