O Estádio Dr. Fernando Lopes foi o palco de um grande jogo no domingo entre os dois líderes do Distrital da Associação de Futebol da Guarda. Uma espécie de “luta de galos” por um só poleiro, o primeiro. A primeira parte não fazia antever uma segunda digna de registo, já que, além do golo de Marco Santiago à passagem do minuto 21’, só mais um contra-ataque ou outro livre causou algum perigo. Mas os espectadores puderam desenganar-se, pois a segunda metade foi marcada por emoção, espectáculo e golos. Muitos golos. Sete ao todo.
Com o reatar do jogo, e Zé Henriques sem “banco”, uma vez que levou apenas quatro juniores, Quim fez o 2-0 ao cabecear como mandam as regras. Um golo que podia ter arrumado a partida, mas o Ginásio, ferido de orgulho, não deitou a “toalha ao chão” e, num contra-ataque, Bruno Coutinho reduziu. Com o desafio a prosseguir numa toada de “parada e resposta” foi o Trancoso que, ao primeiro toque, dilatou a vantagem por Rui Ascensão. Mesmo assim, o Figueirense – que não ganha em Trancoso há alguns anos – foi insistindo e conseguiu uma “recompensa” com um “frango” de Hélder, tornando ainda mais emotivo um jogo a 15’ do fim. Contudo, no minuto seguinte, João Ferreira descansou as hostes trancosenses ao bater inapelavelmente um Bruno, também ele algo nervoso. Mas o “taco a taco” prosseguiu e volvidos dois minutos, Paulo Jacinto, isolado, reduziu para 4-3. Até ao fim ainda houve tempo para Manuel Rodrigues atirar à barra na conversão de um livre directo, uma jogada de mestre que gelou as bancadas e deitou por terra as aspirações do Figueirense pontuar em Trancoso. Não foi auspiciosa a estreia de Zé Henriques no banco do Ginásio, tanto mais que o técnico que substituiu Paulo Barra foi obrigado a socorrer-se de alguns juniores para compensar as ausências de vários titulares. O trio de arbitragem, algo condescendente, não comprometeu. Sem se assumir como candidato, o Trancoso deixou uma boa imagem num jogo espectacular onde o futebol distrital saiu engrandecido. O resultado aceita-se, mas o empate não chocaria ninguém tal foi a entrega de todos os intervenientes na partida.
Carlos Coelho
