Arquivo

«O investimento num sistema de aquecimento deve ser bem pensado»

Almério & Filhos dispõe de vários produtos e equipamentos para aquecimento. Entrevista a Nuno Rodrigues, sócio-gerente da empresa de Trancoso

P – O tempo frio está a chegar, que produtos/equipamentos sugere aos guardenses?

R – A nossa empresa comercializa vários produtos para aquecimento, da biomassa Pellets, passando pelos painéis fotovoltaicos e bombas de calor, aerotérmicas ou geotérmicas, sem esquecer os equipamentos tradicionais a lenha. O que sugerimos depende muito do cliente e da situação em concreto, nomeadamente o tipo de aquecimento que já existe ou se não existe nenhum. De uma maneira geral, pensa-se que o aquecimento a lenha é o mais económico nas zonas mais rurais. No entanto, quem tiver que comprar lenha já sabe que não é assim tão barata. Apesar de trabalharmos com todo o tipo de equipamentos, somos mais especialistas nos equipamentos a pellets, pois foi por aí que começámos há 12 anos, e consideramos que, ponderando o conforto, comodidade e preço (do equipamento e do combustível), talvez seja a solução mais equilibrada. Mas tudo depende mesmo muito do tipo de cliente e da situação em concreto.

P – O que mudou nesta área nos últimos anos?

R – Se for nos últimos dez anos temos como grande mudança o aumento substancial do preço do gasóleo de aquecimento e do gás, o que fez com que muitas pessoas passassem a desligar “pura e simplesmente” os seus sistemas de aquecimento, pois os custos eram incomportáveis. E, por outro lado, começou-se a pensar em alternativas, nomeadamente com a introdução e vulgarização dos sistemas de aquecimento a pellets. Se pensarmos nestes últimos 3 ou 4 anos, as mudanças foram essencialmente ao nível da sofisticação dos equipamentos já existentes, da eficiência energética, do design e conforto. Mas sobretudo as pessoas já se mentalizaram que nunca mais iremos ter os preços de gasóleo e gás de aquecimento que tínhamos, mesmo apesar da descida acentuada do preço do petróleo. Para além destas mudanças de paradigma e produto, há também cada vez mais agentes económicos, produtos e marcas a laborar no mercado, o que se traduz, à partida, num benefício para o cliente final, pois há uma pressão para a descida de preço. No entanto, sabemos que o preço não é tudo e a assistência pós-venda e especialização das empresas também deve ser tida em conta. É aí, no serviço, que se podem encontrar grandes diferenças entre os vários agentes económicos.

P – Conforto, poupança e eficiência energética são aspetos fáceis de conciliar hoje em dia na região?

R – Sim, os equipamentos são cada vez mais eficientes e pensa-se também muito no conforto, na comodidade, há soluções para todos os gostos. Na nossa região, a diferença é que temos temperaturas mais baixas e, por isso, teremos que gastar mais dinheiro e energia para termos o mesmo nível de conforto que no litoral. Logo, justifica-se mais apostar em equipamentos mais eficientes ao nível energético. Trocar um sistema de aquecimento tradicional, como as caldeiras a gasóleo, por equipamentos mais eficientes (bombas de calor ou caldeiras a pellets) trará poupanças na ordem dos 50% a 60% e em 2 ou 3 anos o retorno do investimento é garantido – já existem equipamentos que nos dão quase o mesmo nível de conforto e comodidade.

P – Quais as novidades deste ano em termos de aquecimento na vossa empresa?

R – As novidades são essencialmente ao nível da introdução de produtos com um índice de tecnologia mais evoluído, logo mais eficientes e económicos. Temos uma gama de produtos mais alargada e integrámos recentemente mais um colaborador, com formação superior nesta área, para podermos dar uma melhor resposta às solicitações dos clientes e prestar um melhor serviço. Por outro lado, como somos importadores diretos e distribuidores para a região dos recuperadores e caldeiras a pellets da marca Ecoforest, aumentou a nossa responsabilidade em termos comerciais, o que motivou e exigiu um investimento maior no stock de peças e de resposta de serviço. Queremos impulsionar o negócio de revenda de equipamentos Ecoforest ao mesmo tempo que queremos consolidar o negócio de revenda de Pellets Pinewells, em que também somos os distribuidores para a região.

P – O que se deve fazer para tirar melhor partido dos equipamentos de aquecimento sem agravar custos?

R – Em primeiro lugar, as pessoas devem analisar o comportamento térmico das suas habitações, depois é uma questão de opção. Há equipamentos que sendo um pouco mais caros na compra permitem depois uma redução de custos ao longo dos anos (caso das bombas de calor e dos equipamentos a pellets). Por outro lado, há equipamentos com um investimento inicial menor, mas que depois têm custos de consumo maiores ou terão que ser substituídos mais cedo. Portanto, o investimento num sistema de aquecimento deve ser bem pensado, pois existem várias alternativas e a melhor maneira de desfazer as suas dúvidas é consultar quem trabalha na área. Sendo nós uma empresa que comercializa vários sistemas existentes, podemos ajudar a decidir e a encontrar a melhor solução para cada caso.

Sobre o autor

Leave a Reply