Gosto de ver alguns jogos, gosto de ver a França aflita, a Itália de cabeça perdida e a Alemanha a surpreender toda a gente. Gosto da selecção espanhola e da inglesa. Privilegio o futebol de ataque e com algum músculo, e por essa razão gosto do Gana e espero gostar do FC Porto em 2006/2007. O que detesto é a ausência de renovação, a cultura dos génios em detrimento da ousadia dos jovens talentos emergentes. Por isso não me agrada o Brasil e gosto da Argentina. Não acredito em gente insubstituível. Não compreendo porque Portugal se fixou nas conquistas do FC Porto há dois anos. A equipa de Mourinho lá está, quer tenha clube, quer viva na indigência, quer esteja menstruada. Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, são a base de muitas alegrias azuis e brancas. Filipão não corre riscos e vai por uma estrutura segura e habituada a jogar em colectivo. No meu pouco entender, com uma equipa do tipo do Gana seríamos destroçados pelo flanco de Nuno Valente e pela indisciplina táctica de Miguel. Com uma Alemanha veloz e muito alta, perdemos nos cruzamentos e na velocidade dos laterais. Portugal jogou o quanto baste para equipas como Angola e Irão, que pertencem a uma dimensão onde o futebol ainda é medíocre e bordeja o amadorismo. Todos os iranianos juntos não fazem os salários de Figo e Cristiano. Vamos aguardar o México e equipas melhores na fase seguinte para perceber melhor as soluções de Scolari.
O que não gosto é de uma televisão que só fala de futebol, de saber o que come o Ronaldo, se urina o Pedro, se se coça o Baldaque e de uma série de imbecilidades em torno de lugares históricos que nos passam ao lado sem referência. O jornalismo está uma pobreza.
Por: Diogo Cabrita