É a fadista do momento, a voz de que se fala. Gisela João atua sábado à noite no TMG, onde apresenta o disco de estreia homónimo, considerado disco do ano 2013 pelo jornal “Público” e pela revista “Blitz”.
Natural de Barcelos, a cantora é a mais velha de sete irmãos de uma família de operários da indústria têxtil e começou a interessar-se pelo fado aos 8 anos, mas foi aos 16 que foi cantar para a “Adega Lusitana”, naquela cidade nortenha. Foi para o Porto, em 2000, para estudar design mas rapidamente começou a cantar numa casa de fado da Ribeira. Rumou depois a Lisboa, onde conquistou o “Sr. Vinho”, a “Tasca da Bela”, a “Mesa de Frades” e fez história. Atualmente, é considerada uma das maiores revelações do fado no feminino dos últimos anos. Quem o afirma é o crítico António Pires, segundo o qual «há dezenas de anos que não se ouvia um fado assim, tão próximo das raízes, tão sem truques, em Gisela João não há cá convidados ilustres nem instrumentos estranhos à matriz tradicional do fado (contrabaixos, saxofones, pianos, etc, etc…) e acima de tudo, tão bem cantado, tão bem interpretado e tão emotivo». A sua voz grave e poderosa, a forma como canta, mostram que não é apenas mais uma, tanto assim que Camané proclamou-a a grande aposta do momento.
Sem desvios nem artifícios, o disco de Gisela João parte de uma formação tradicional e mergulha na autenticidade, questiona os excessos e maneirismos do novo fado para se tornar genuíno como nunca e apontar o seu futuro. Francisco Vasconcelos, que já acompanhou alguns dos nomes maiores da música portuguesa das últimas décadas, enquanto administrador da Valentim de Carvalho, diz que «esperou 30 anos para editar este disco» e, a julgar pelo entusiasmo com que foi recebido, parece que tinha razão. De resto, 2013 foi um ano de excelência para Gisela João que, depois de ter obtido excelentes críticas com o disco de estreia, viu o seu disco de estreia ser considerado o melhor do ano. E já há quem diga que «há um fado antes de Gisela João e um fado depois de Gisela João». Já no início de 2014, a fadista esgotou duas das mais importantes salas nacionais: a Casa da Música e o Centro Cultural de Belém. No TMG, a fadista será acompanhada pelos músicos Mário Henriques (guitarra portuguesa), Nelson Aleixo (viola) e Jorge Carreiro (baixo).
