O fado volta a ter honras de grande auditório no TMG. Camané, a voz da nova geração da canção nacional, é a estrela de sábado à noite, depois de concertos muito concorridos no Fundão, Pinhel e em Trancoso.
Já vai longe a vitória na “Grande Noite do Fado” de 1979, mas também o seu primeiro disco, produzido com José Mário Branco. “Uma Noite de Fados”, gravado ao vivo durante quatro noites consecutivas no Palácio das Alcáçovas, recriando o ambiente de uma verdadeira casa de fado, mereceu os elogios da crítica especializada e catapultou Camané para a ribalta, consagrando-o como a voz mais representativa da nova geração do fado. Seguiram-se mais três álbuns de originais, um dos quais, intitulado “Esta Coisa da Alma” (2000), garantiu-lhe um disco de prata pelos 10 mil exemplares vendidos. Outros galardões foram o Prémio Bordalo (2001) pela Casa da Imprensa para melhor intérprete de música ligeira e, nesse ano, o Prémio Blitz para melhor voz masculina nacional. Já em 2005 conquistou o Prémio “Amália Rodrigues” na categoria de melhor intérprete de fado (masculino).
Desde o início do seu percurso artístico, Camané tem sempre mantido uma postura de sobriedade, respeito e rigor perante o fado, centrando o seu repertório nos temas tradicionais, sem deixar de arriscar ao utilizar novas linguagens musicais. Voz, originalidade, autenticidade, musicalidade e maturidade são algumas das qualidades que caracterizam o seu canto. Em termos interpretativos, este amadurecimento traduz-se nos constantes desafios técnicos que foi conquistando, com o rigor e a seriedade que o caracterizam e que se reflectem na forma como transmite a palavra dos poetas, os de hoje e os de outros tempos. Em palco acompanham o fadista José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Miguel Ramos (viola) e Paulo Paz (contrabaixo).
