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O culto do Gato

Humoristas do Gato Fedorento duas noites no Teatro-Cine da Covilhã

Eles falam, falam e conseguem fazer rir desalmadamente tudo e todos. Ninguém escapa ao humor inteligente e inventivo do Gato Fedorento, aliás Ricardo Araújo Pereira, Zé Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis. O quarteto, que tem protagonizado alguns dos melhores momentos televisivos dos últimos anos com um “non sense” mordaz e hilariante, tornou-se um verdadeiro fenómeno social. O culto do Gato tem cerimónias agendadas para esta noite e amanhã no Teatro-Cine da Covilhã, dois espectáculos que revisitam os melhores “sketches” da série televisiva homónima.

Em palco lá estarão cenas como “O papel. Qual papel?”, “Vamos talvez discutir a questão do coiso”, “A mulher que acaba as frases do marido”, “O que tu queres sei eu”, “O homem a quem apareceu alguma coisa”, “Encorning”, “O engenheiro responsável por coisas” ou “A mulher que não acredita que o marido anda metido na droga”, entre muitos outros. Desde 2003, com o surgimento do blogue homónimo, que a matéria-prima não tem faltado ao Gato Fedorento, que semanalmente dá um ar da sua graça na SIC Radical. Passado este par de anos, já há quem diga que este quarteto de humoristas está mais próximo do “non-sense” britânico, com destaque para os Monthy Python. Do pequeno ecrã para as salas, o salto era inevitável, uma vez que eles são hoje em dia autênticos profetas do humor com as suas piadas a serem repetidas por admiradores na rua, escolas e locais de trabalho. A receita parece ser simples. Para fazer rir, o Gato Fedorento não recorre a ofensas gratuitas, nem a palavras obscenas e muito menos à brejeirice saloia, mas inspira-se nas banalidades que preenchem o quotidiano. Os comportamentos e as linguagens de políticos, intelectuais e outras personagens são satirizados ao extremo, através de tiques e expressões facilmente identificáveis, resultando numa nova personagem burlesca rapidamente interiorizada pelo público. O exemplo mais flagrante acontece em “O homem a quem apareceu alguma coisa”, em que nunca se chega a saber de que se queixa um popular (Ricardo Araújo Pereira).

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