Um grupo divergente quer uma solução entre amigos, não quer desavenças, não deseja perda de regalias para ninguém, não quer conflito nem tensão, evita a hostilidade, foge da discussão e concentra-se nos pontos onde consegue opiniões comuns: o Céu é genericamente azul, a Lua gira à volta da Terra, nos sonhos ninguém morre, a esperança é a última a morrer e neste mar de lugares comuns afogam-se as diferenças e descobre-se o Rei da banalidade e das frases feitas. Aqui estamos na praia do consenso, onde a mediocridade substitui a inovação, a criatividade, a alternância. Quando pessoas que nada têm em comum descobrem uma solução abrangente esta provavelmente será má, tem de construir-se sobre o pouco que não serve a ninguém.
A doença dos medíocres é a doença das Instituições e dos partidos políticos. Muitos diretores são “o mal menor”, muitos Bastonários são fruto da convergência de antagonismos, muitos Presidentes são “o possível”. Nenhuma liderança firme nasce desta sementeira e por essa razão estamos a caminhar para um colapso cada vez mais intenso. Preocupa-me o futuro urdido entre consensos, construído de escolhas de mal menor.
Por: Diogo Cabrita