P – Que balanço faz desta edição do concurso Júlio Cardona?
R – O balanço é extremamente positivo. Participaram concorrentes da mais alta classificação, de altíssimo nível, ao ponto do júri ter tido dificuldade em apurar os melhores. Sobretudo na categoria de violino, para a segunda fase tivemos que eleger sete concorrentes, quando deviam ser só quatro ou cinco. Em violoncelo, a qualidade foi um pouco menor, tanto que nem foi atribuído um primeiro lugar, porque as pessoas têm que se convencer que têm que vir bem preparadas, já que o concurso tem o seu historial e é preciso defendê-lo.
P – Pensa que este concurso pode contribuir para elevar o nome da Covilhã a nível cultural?
R – Não só pode, como já o está a fazer, tanto o nome da Covilhã como do próprio país. Este concurso é conhecido em todo o planeta, até porque hoje a internet ajuda a difundir todo o tipo de informação. Nós tivemos aqui a presença da ministra da Cultura, o que tem um significado especial para nós.
P – Sente que esta iniciativa tem futuro?
R – Claro que sim. Nós lutamos contra a possibilidade de obter apoios, e isso é que é mais problemático. Por outro lado, este ano já tivemos esse problema, mas conseguimos contorná-lo e o concurso fez-se com grande nível e esperamos que em breve haja possibilidades no seguinte.
P – Quantos concorrentes participaram este ano?
R – Este ano tivemos que eliminar a classe B, ou seja, os concorrentes até 18 anos de idade, o que seria muito interessante porque são o futuro do nosso concurso, mas mesmo assim concorreram um total de 67 pessoas, o que é um número muito interessante.
P – E de muitos países?
R – De 28 países diferentes. Tivemos concorrentes da Nova Zelândia, China, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, praticamente de toda a Europa, Brasil, Estados Unidos da América, Argentina e Colômbia. Enfim, foi uma representação bastante significativa em termos de países.
P – Como vê o estado atual da cultura na cidade da Covilhã?
R – A cultura na cidade da Covilhã, como em qualquer cidade do país, está com muitas dificuldades, dada a impossibilidade de haver apoios financeiros. Quando há dificuldades, os primeiros cortes são sempre para a cultura.