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«O Clube de Montanhismo da Guarda poderá aparecer, num futuro muito próximo, como prestador de serviços»

Cara a Cara – João Luís Monteiro

P – Que projetos tenciona implementar enquanto novo presidente do Clube de Montanhismo da Guarda?

R – É natural que a partir do momento em que cessa o trabalho de uma direção surjam de imediato novas ideias, novos projetos e uma vontade acrescida de revitalizar algumas formas de trabalho e de concretização de ideias. Numa altura em que a crise não mostra sinais de querer aliviar a pressão exercida nas instituições que até à data criavam melhores condições para que as associações ou clubes pudessem concretizar os seus projetos, é natural que se assista a um decréscimo do número de projetos concretizáveis. Para ser realista prefiro dizer que o Clube de Montanhismo da Guarda vai estar à altura de não defraudar os sócios e de continuar a desenvolver atividades que vão ao encontro da sua própria essência: a natureza, o desafio constante, o encontro salutar de grupos de pessoas em sintonia com os espaços envolventes.

P – Referiu que pretende revitalizar o Clube de Montanhismo. Em que consistirá essa revitalização?

R – O Clube sempre foi – e tenho a certeza que sempre será – um conjunto de pessoas associadas a um projeto de grupo com vontade de atingir o máximo de satisfação possível em cada atividade realizada. Revitalizar, neste caso, não significa puxar para cima, empurrar para se poder andar em frente, pois o Clube respira saúde e isso deve-se ao trabalho de equipa realizado ao longo de muitos anos, em muitas atividades com muita gente. Os grandes líderes fazem grandes equipas, e esta é, sem dúvida alguma, uma delas. Foi-se construindo ao longo dos anos, recebendo uma herança de trabalho e de sucesso, para a qual me convidam agora para presidente. Gostaria de ver um maior número de pessoas a procurar o Clube de Montanhismo da Guarda, para experimentarem, para se apaixonarem pelas atividades que são realizadas ao longo do ano. Gostaria muito de ver mais jovens interessados em atividades tão emblemáticas como a escalada, o pedestrianismo e o montanhismo. Gostaria muito de ver nascer no Clube de Montanhismo novos “João Garcia”. Querer é poder, mas por vezes é necessário muito mais do que isso e esse é o verdadeiro desafio!

P – Qual a situação financeira do Clube?

R – Como qualquer outro clube ou associação, temos problemas financeiros, que nos limitam bastante mas não impedem de realizar as atividades que programamos para 2012. Neste momento vivemos das quotas dos associados e das comparticipações dos sócios, que ao participarem numa atividade contribuem com um montante estipulado, que permite pagar transportes e mais algumas despesas que possam surgir. Não podemos contar com muito mais do que isto. O Clube de Montanhismo da Guarda poderá, num futuro muito próximo e se as circunstâncias o permitirem, aparecer como prestador de serviços, realizando trabalhos na área de “Trabalhos Verticais”, utilizando os conhecimentos e as técnicas do alpinismo aplicadas à execução de serviços em edifícios.

P – Em que modalidades se centra o Plano de Atividades para 2012?

R – O Plano para 2012 foi recentemente definido, em reunião de direção, por todos aqueles que têm responsabilidades em cada uma das áreas representadas. Falo não só do montanhismo, mas também da escalada, do alpinismo, da canoagem, do BTT, da orientação e do pedestrianismo. Tentámos ser o mais realistas possível, atendendo ao facto de que o orçamento previsto deve ser exequível. Vamos ter atividades de montanha na Serra da Estrela, que é sempre um grande desafio, e planeamos também umas quantas deslocações a coutras montanhas da Península e do continente europeu. Haverá outros encontros para grupos mais pequenos, dentro e fora do concelho, e daremos também destaque ao pedestrianismo, que é uma das grandes marcas do Clube e que reúne, ao longo do ano, em muitas caminhadas, muitos praticantes. Também haverá atividades na escalada, onde assistimos anualmente à entrada de novos sócios praticantes, e nas provas de orientação, em que vários associados participam na vertente de ORI-BTT, e na qual têm conseguido muitos títulos.

P – Como avalia o nível de adesão da população às atividades de montanhismo, e o que poderá ser feito para conseguir uma maior mobilização?

R – Nunca é suficiente, a cada atividade organizada descobrimos caras novas, gente com vontade de praticar e de se manter por cá ao longo de muito tempo. Acredito na paixão que se cria por estas atividades, pela vontade de participar em cada uma delas e sempre com mais vitalidade. O grande desafio de todos os clubes é, sem dúvida, cativar os jovens entre a primeira idade da adolescência e a entrada na vida adulta. Os jovens até aos 13 anos costumam acompanhar os pais ou os irmãos em muitas das atividades realizadas por eles. As ausências surgem a partir daqui. É com grande mágoa que observo este fosso, tentando que as modalidades que o Clube de Montanhismo tão bem representa possam ser aliciantes e servir de alicerces na vida destes jovens. É por aqui que o CMG tentará ao longo destes dois anos marcar a diferença, aproximando-se das escolas e da disciplina da Educação Física para divulgar as atividades de aventura e ar livre.

João Luís Monteiro

Comentários dos nossos leitores
Amílcar Silva raclimasilva@yahoo.com.br
Comentário:
Força João. Como não se deve ser pobre a pedir, sugiro-lhe que peça colaboração
 

«O Clube de Montanhismo da Guarda poderá
        aparecer, num futuro muito próximo, como prestador de serviços»

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