Este é um manifesto com uma postura e um modo de estar. Este é o grito de quem sorri, de quem assobia, de quem fala para a mesa do lado, de quem evite a delinquência mas não a indecência. Este é o apito da ética contra a moral. Há uma linha que define os princípios, os valores vigentes e a sanidade de viver respeitando-os, mas também há a linha da moralidade, dos actos excessivos para o cumprimento da fé, da intolerância às nossas balizas. Estes tipos vendem a seriedade, o discurso de uma certa nobreza, mas não têm nada de novo para oferecer. Há muita gente que não sonhando, não idealizando apenas pode copiar modelos, importar projectos, redesenhar quadros. Estes são os cinzentos, os tipos muito sérios que nos impõem comportamentos. As piores pessoas que conheci eram as sérias, as que se apresentavam únicas de virtude, donas da luz moral, possuídas de toda a seriedade porque aos outros não sobrava nenhuma. Estes Cinsalazares consomem as nossas vidas e colocam-nos fronteiras insanas como géneros, gostos, limites, amigos, estilos, sons, criando muros onde devia haver complementaridade e aprendizagem. Não sei se o PSD não estará a escolher este modelo e esta estrada. Manuela Ferreira Leite transporta muito deste discurso e poucas sugestões e alternativas. Acho que a turba escolhe a semelhança com o cinzentismo salazarista e no meio desta desordem encontra ali o seu caminho.
Por: Diogo Cabrita