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O caso da Guarda

Desertificação, envelhecimento da população e a ocupação dos desempregados são alguns dos factores que explicam a baixa taxa de desemprego

A desertificação dos meios rurais, o envelhecimento da população e a ocupação dos desempregados em acções de formação, são factores que poderão explicar uma taxa de desemprego reduzida na Guarda. Segundo Carlos Gonçalves, director do Centro de Emprego da Guarda, o número de desempregados tem vindo a decrescer ao longo dos últimos meses, «com excepção de Setembro». O acréscimo registado naquele mês deve-se por um lado ao aumento «preocupante» de licenciados e bacharéis que não encontraram saídas profissionais no mercado de trabalho local e, por outro, a «um aumento anómalo» de professores sem colocação que se inscreveram para o subsídio de desemprego. Para o director do Centro de Emprego da Guarda, esta diminuição também está relacionada com o «rápido ajustamento» da oferta de empregos. «Todos os meses recebemos cerca de uma centena de ofertas de emprego e conseguimos satisfazer cerca de 60 a 70 por cento», adianta. A tudo isto soma-se a «melhor articulação» entre as instituições e entidades, públicas e privadas, que cooperam com o Centro de Emprego, sublinha, bem como uma «melhor informação por parte dos utentes», quer a nível das ofertas de emprego, quer dos programas geridos pela instituição. Para isso contribuiu também o Livre Serviço de Emprego (LSE), onde se pode aceder de forma autónoma a uma vasta gama de informações, recursos e serviços no âmbito do emprego e da formação profissional, a nível local e nacional. Para atenuar o desemprego na região o IEFP tem vindo a canalizar alguns casos para acções de reconversão e qualificação de forma possibilitar uma nova formação a pessoas que ainda podem enveredar por outro caminho em termos de mercado de trabalho. Há dois programas disponíveis, um no âmbito de emprego e protecção social (FORDESQ) e outro de intervenção na Beira Interior (GESTIC), oferecendo ambos acções de formação para licenciados e bacharéis que permitem abrir novos horizontes no mercado de trabalho. Estas iniciativas têm dado os seus frutos, já que vários formandos têm enveredado por caminhos diferentes dos cursos que tiraram, enquanto outros criaram o seu próprio emprego. Outra mais-valia é também o Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, que contribui para o aumento da qualificação dos trabalhadores.

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