Não é candidato a presidente, mas «a vereador». É assim que Nuno Reis, cabeça de lista do CDS-PP à Câmara da Covilhã, parte para a campanha eleitoral. O objectivo dos democratas-cristãos foi revelado na última sexta-feira, num jantar que reuniu cerca de 80 apoiantes e contou com a presença do líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro.
Ganhar a Câmara da Covilhã não está nos planos do jovem estudante de Filosofia na UBI, até porque tem a plena noção de que Carlos Pinto vai vencer de novo estas eleições. No entanto, a sua candidatura pretende ser «um contributo» para que a próxima equipa autárquica possa «preparar o futuro» da Covilhã. «O amanhã não se faz só de betão e do crescimento desmedido da cidade. Estamos aqui para construir o amanhã de 30 ou 40 anos», salientou o candidato de 21 anos, para que a Covilhã não corra o risco de ser «uma cidade deserta» no futuro. Apesar de destacar os problemas dos jovens – que considera serem pouco discutidos pelas restantes candidaturas -, Nuno Reis faz questão de frisar que lidera uma candidatura «dirigida a todos». Por isso, enumerou sete medidas essenciais para «projectar a Covilhã no futuro», entre as quais a redução da taxa do imposto municipal sobre imóveis, de 0,8 para 0,6, e da taxa de derrama, de 10 para 5 por cento, além da necessidade de se estabelecer «um preço justo» para o metro cúbico de água. Nuno Reis defendeu ainda a diminuição do custo das refeições nos jardins-de-infância, a comparticipação dos livros escolares e a criação de bolsas universitárias municipais.
Uma maior cidadania e apoio às instituições sociais são outras das prioridades do candidato, para além de prometer mais apoio ao investimento. Aqui, o jovem considera urgente reduzir o preço do metro quadrado de terreno industrial e a recuperação dos antigos edifícios industriais para os entregar a baixos custos a investidores. A «coragem» de Nuno Reis em «dar a cara» por uma lista que sempre foi muito difícil de constituir na Covilhã foi realçada por Marcos Teotónio Pereira e por Mota Campos, líder da comissão política distrital. Este último acredita mesmo que o candidato vai alcançar «bons resultados» porque «vai à luta». Já Ribeiro e Castro, e depois de várias críticas à governação de Sócrates, considerou o jovem de «alto potencial» e elogiou a «qualidade» da lista. Mas a visão do líder do CDS-PP vai muito além de Outubro, pelo que desafiou Nuno Reia a ser também o candidato do CDS-PP nas autárquicas de 2009. O desafio foi aceite, confessou depois aos jornalistas. À Assembleia Municipal, o CDS-PP volta a candidatar Isilda Barata.
Liliana Correia
