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O armazém

Bilhete Postal

Curiosidade é saber quando as pessoas possuem armazém, celeiro, espaço de interesse, hobbies, histórias construídas da exposição. Afinal, todos vivemos e todos testemunhamos factos, mas alguns guardam curtos pormenores, fastidiosos detalhes, descrições exaustivas demolindo o auditório, tornando-se interessantes aqueles que nos transmitem o aprendido, que nos debatem aquilo que no cérebro rebobina e armazena a experiência. Viver é esse misto de sensações que libertamos em resposta aos estímulos que são vida e depois guardamos em gavetas para manusear no relaxamento ou como matéria dada. A resposta aos acontecimentos vem da genética (o volume de hormonas que libertamos por estímulo diverge, os sinais exteriores que elas manifestam também são dispares entre todos) vem da educação, vem do racionalizado com o já vivido e vem dessas gavetas onde colocámos o passado. Podemos imaginar aqueles contadores chineses e de modo automático as gavetas a responder às perguntas externas. “Disse? Não sobre isso eu não disse, mas acho, se me deixar dizer” e assim abre-se a surpresa, a experiência e a educação. É fascinante o passeio pelos armazéns alheios, o encontro dos homens com outras pessoas e a descoberta mútua.

Por: Diogo Cabrita

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