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Novos protagonistas nas listas do PS

«O PS inicia hoje um novo ciclo: rejuvenescido, com outra estratégia e outras ideias, mas sempre com respeito pela sua história», afirmou Eduardo Brito

«Nesta candidatura estão todos aqueles que não se reveem no modelo de governação municipal que está a ser ministrado nos últimos quatro anos», começou por dizer Eduardo Brito na apresentação das listas do PS à Câmara da Guarda, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia.

Para espanto de muitos, as listas «estão renovadas» e são constituídas por novos protagonistas. Na corrida à Câmara, acompanham Eduardo Brito, por esta ordem, Pedro Fonseca, Cristina Correia, Manuela Simões, Manuel Simões, Ana Sofia Teixeira, Nuno Fernandes, Nélia Fonseca, Maria José Sanches e Artur Pina. «Esta é a lista que eu queria, era isto que eu idealizava para a Guarda», admitiu o candidato, para quem esta é uma lista pautada pela renovação, mas com «respeito pela história» do PS. Eduardo Brito acrescentou que lidera «a candidatura da tolerância, do respeito pelo próximo, que faz da divergência uma vantagem e que vê em quem discorda uma pessoa interessada na cidade e não um inimigo». O socialista defendeu que está na hora de mudar a maneira de fazer política na Guarda, propondo uma «governação simples, próxima das pessoas, que respeita a cidade e a sua história».

«Queremos uma governação com os cidadãos, onde todos contam, onde a opinião tem que ser valorizada e onde ouvir tem que ser uma cultura antes de decidir», disse Eduardo Brito, desejando uma Guarda que «esteja na moda pela transparência, pela exigência e pelo respeito por todos os guardenses e, em particular, pelos órgãos autárquicos». Por sua vez, o atual vereador e cabeça-de-lista do PS à Assembleia Municipal, Joaquim Carreira, não poupou críticas a Álvaro Amaro com um discurso em que lembrou os seus antecessores socialistas – Abílio Curto, Maria do Carmo Borges e Joaquim Valente – para dizer que todos eles «tiveram respeito pelo património que é de todos», coisa que o atual governante social-democrata «não tem». «Não recebemos lições de governação de ninguém, muito menos deste gestor de eventos», ironizou Joaquim Carreira referindo-se a Álvaro Amaro. Da lista à Assembleia Municipal fazem também parte António Monteirinho, Agostinho Gonçalves, Maria da Conceição Santos, Messias Matias Coelho, Miguel Alves e Sandra Amaral Santos, entre outros. Contudo, falta uma mulher para ocupar o segundo lugar, dando cumprimento à lei da paridade.

A “Casa do Clima”

Apresentados os candidatos vieram as promessas eleitorais. O cabeça-de-lista à Câmara garantiu que, caso seja eleito, criará na cidade a “Casa do Clima” e um «museu vivo» ligado à floresta. No primeiro caso, Eduardo Brito propõe a instalação do projeto no espaço ocupado atualmente pelo quartel da GNR e pela Direção de Finanças – que o Governo terá de mudar para outro local. O socialista quer que esse equipamento científico e cultural «atraia centenas de milhares de visitantes» e que tenha uma componente associada ao mundo universitário, à investigação e ao conhecimento: «Queremos que quem investigue o clima e as alterações climáticas tenha que vir à Guarda», reforçou Eduardo Brito, acrescentando que o clima e as alterações climáticas, associadas ao ar da Guarda, são uma «âncora» fundamental para «trazer economia para o centro da cidade».

Já o abandono da Quinta da Maúnça, noticiado por O INTERIOR na última edição, levou o socialista a sugerir a criação de um museu vivo sobre «como se planta e ordena a floresta». Nesta sessão Eduardo Brito voltou a falar na redução de impostos, como o IMI, e definiu como eixo central a criação de postos de trabalho. «Não basta dizer ao Governo que faz pouco, a Câmara, para ter autoridade, tem que fazer muito mais e muito melhor», considerou, ao garantir que criará «um fundo financeiro de um milhão de euros» e convidará empresas da Guarda, o IPG e as seguradoras a juntarem-se a esse esforço «para que um jovem talento tenha as condições financeiras para se instalar e desenvolver o seu projeto na cidade». Na saúde, o socialista exigirá ao Governo o lançamento da segunda fase do Hospital Sousa Martins e, no mundo rural, promete inverter prioridades. «É importante fomentar o associativismo agrícola. A Câmara criará um gabinete especializado para se juntar às associações e abrir portas políticas», exemplificou, dizendo que «é essa a função da Câmara, ajudar a gerar condições políticas para vencer a adversidade que é viver hoje no mundo rural».

«Não há vencedores antecipados»

Durante o seu discurso, Eduardo Brito lembrou «estas eleições não estão decididas» e que a Guarda «vive um momento de ilusão, de fumo, de uma estratégia que pretende omitir os reais problemas». Aos jornalistas, o candidato acrescentou que um bom resultado a 1 de outubro é conseguir «mais um voto que o PSD, isso já é uma vitória».

Candidatos às Juntas

Fábio Pinto (Guarda), Dorindo Vaz (Aldeia do Bispo), Paulo Marques (Adão), Diamantino Andrade (Aldeia Viçosa), Gabriel Luís (Alvendre), Pedro Gonçalves (Avelãs da Ribeira), Alexandre Matos (Benespera), Fábio Almeida (Casal de Cinza), José Antunes (Cavadoude), Luís Damas (Codesseiro), Armando Santos (Gonçalo), Jorge Bico (Fernão Joanes), Ricardo Pinto (João Antão), David Tavares (Maçaínhas), Joaquim Martins (Marmeleiro), Marina Pinto (Panóias de Cima), Carlos Granjo (Porto da Carne), Dolores Santos (Ramela), Marco Relvas (Jarmelo), Marco Ramos (Santana da Azinha), Ricardo Gonçalves (Vale de Estrela), Nelson Silva (Valhelhas), Patrícia Seixo (Vila Fernando), Carlos Dâmaso (Vila Franca do Dão), Manuel Lourenço (União de Freguesias Mizarela, Pêro Soares e Vila Soeiro) e Joaquim Vargas (Rochoso e Monte de Margarida).

Sara Guterres A apresentação dos candidatos decorreu no anfiteatro exterior da BMEL

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