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Novos IC’s só para depois de 2008

Secretário de Estado das Obras Públicas anunciou estudos de viabilidade para IC7 e IC37, bem como a adjudicação do projecto de um troço do IC6

«Espero que estas estradas também entrem nos 20 mil milhões que o Governo quer investir nas acessibilidades», desafiou segunda-feira Eduardo Brito, após o secretário de Estado das Obras Públicas ter anunciado, em Seia, estudos de viabilidade para os traçados do IC7 (Vendas de Galizes-Celorico da Beira) e IC37 (Seia-Nelas-Viseu). Na cerimónia, Paulo Campos revelou ainda a adjudicação do projecto de execução do troço Catraia dos Poços-Vendas de Galizes no IC6. Trata-se

de vias com um grande significado para a região da corda da serra, que espera há mais de uma década pela sua concretização.

O anúncio pareceu agradar ao presidente do município, que deixou claro que os IC7 e IC37 são obras prioritárias para Seia, bem como a requalificação da estrada que liga a cidade à Torre. «Se não houver esta forte intervenção do Estado, não temos possibilidade de desenvolvimento», sustentou, dizendo que a região tem sido «injustiçada» há anos em termos de acessibilidades. O secretário de Estado pegou na deixa e garantiu que o Governo está «absolutamente determinado a reparar as injustiças feitas pelos últimos executivos» e prova disso é que os referidos estudos vão avançar «imediatamente». E sem bloqueios orçamentais: «Não vai haver limitações financeiras» para construir os IC6, 7 e 37 – apenas mencionados nos últimos Planos Rodoviário Nacional -, sublinhou Paulo Campos, para quem estas vias vão permitir interligar o IP3, a futura A25 e a A23, «garantindo igualmente bons acessos destas cidades do sopé da serra ao litoral e à Europa, sem os quais a região terá grandes dificuldades de desenvolvimento». Contudo, obras no terreno só para 2008. Até lá haverá que escolher as «melhores opções», porque não há qualquer estudo sobre estas vias.

Nesse sentido, o governante já deixou algumas sugestões. No caso do IC7, chamou a atenção para que a ligação à A25 venha a fazer-se por Gouveia-Fornos de Algodres e não por Celorico da Beira, sustentando que será uma opção «mais fácil e com menores custos, já que encurtaremos a extensão prevista do traçado». Por outro lado, espera que o IC37 possa vir a ser um eixo Viseu-Covilhã. Em relação à variante a Seia, um investimento superior a 3,5 milhões de euros, o secretário de Estado considerou-a de «interesse nacional» por causa do acesso à Torre e prometeu incluí-la no PIDDAC de 2006, para além de lançar «imediatamente» o concurso público para a sua construção. Quem mantém algum cepticismo quanto a estes anúncios é o director da delegação da Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA) na cidade, para quem as acessibilidades têm sido o “calcanhar de Aquiles” de Seia. Por isso, António Campos quer ver para querer: «Espero que não seja mais uma apresentação», desconfia, considerando que a região não se vai desenvolver «sem o IC6 e o IC7, que são uma necessidade premente». Na sua opinião, o município já oferece «boas» zonas industriais e equipamentos de educação, enquanto o novo hospital vem a caminho. «Só falta mesmo resolver as acessibilidades», admite. O mesmo pensa Moisés Cainé. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Seia regozija-se com a boa nova. «Temos sido um pouco esquecidos pelos Governos», adianta, defendendo que bons acessos são «o garante de boas empresas, competitivas e empreendedoras. Por outro lado, Seia vai ter maior atractibilidade junto dos empresários”, espera.

Luis Martins

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