Os três novos autarcas do PS no distrito da Guarda e o independente eleito em Aguiar da Beira com o apoio partido foram as estrelas do jantar de Reis promovido pela Federação socialista no sábado em Fornos de Algodres, uma das Câmaras conquistadas ao PSD. «Estas vitórias nas autárquicas e as últimas sondagens mostram que os portugueses voltaram a confiar no PS», declarou António José Seguro.
Na sua primeira ação no distrito após as eleições locais de setembro, o secretário-geral socialista, que é militante da secção da Guarda, felicitou os recém-eleitos por terem vencido nos bastiões sociais-democratas de Aguiar da Beira (Joaquim Bonifácio), Figueira de Castelo Rodrigo (Paulo Langrouva), Fornos de Algodres (Manuel Fonseca) e Trancoso (Amílcar Salvador). O líder socialista também recordou os autarcas que continuam no poder, mas passou por cima da derrota na Guarda, uma Câmara “socialista” desde 1976 perdida para Álvaro Amaro. Contudo, o facto do PS ter agora sete Câmaras no distrito resultou em elogios a José Albano Marques, presidente da Federação. Atenção especial mereceu o edil fornense, a quem Seguro desejou sorte e «motivação» para um mandato «muito difícil» fruto da «pesada herança» deixada pelo social-democrata José Miranda. «A Câmara de Fornos é a mais endividada per capita do país. Tem uma dívida de 36 milhões de euros e receitas de 6 milhões, seriam precisos seis anos sem outras despesas só para a pagar. É esta a marca da governação PSD e que irá certamente comprometer, e muito, o futuro do concelho», criticou.
Em termos nacionais, António José Seguro disse não compreender a estranheza do primeiro-ministro por o PS recorrer «vezes de mais» para o Tribunal Constitucional (TC). «O que é que o primeiro-ministro estava à espera do PS? Que fossemos uma oposição meiga, dócil, suave?», ironizou. E acrescentou que «se há um Governo que não sabe governar de acordo com a Constituição, então o PS cá está em todos os momentos para lhe fazer lembrar e para enviar todas as leis que consideremos inconstitucionais para o TC». O líder socialista acusou ainda Passos Coelho de «já estar em campanha eleitoral e a única coisa que neste momento se especializou é fazer oposição ao PS», considerando que em «todas as intervenções que faz é para arrear no PS». O secretário-geral disse também que, para o primeiro-ministro e para o Governo, «parece que a crise já passou», mas «é preciso dizer-lhe que não vive na lua». Num jantar que juntou cerca de 350 militantes, o secretário-geral do PS evocou António José Miguel, militante da Guarda, recentemente falecido.
Luis Martins 
