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Novo bispo de Viseu vai dar prioridade às pessoas

Sucessor de D. Ilídio Leandro foi ordenado na Sé da Guarda perante centenas de fiéis e amigos

As prioridades do novo bispo de Viseu são «dar continuidade ao que estava a ser feito e estar com as pessoas, o resto vem do programa que se há de planear». D. António Luciano, que foi ordenado bispo na Sé da Guarda no último domingo, perante centenas de fiéis e amigos, desejou «ousadia, renovação, força, coragem» para as Dioceses da Guarda e de Viseu.

O sucessor de D. Ilídio Leandro, que em 2017 pediu a resignação por motivo de doença, manifestou ainda a vontade de envolver mais os jovens, afirmando que «uma Igreja sem jovens não é Igreja. A Igreja quer-se jovem com os jovens e com os menos jovens, mas temos que ajudar muito os jovens». Na sua intervenção, D. António Luciano pediu «a São José, o dom do silêncio prudente e fiel» que o ajude «a guardar, administrar bem a Diocese de Viseu e a vigiar pela sua unidade e integridade». E garantiu que «a comunhão fraterna, a proximidade, a gratuitidade e a solidariedade são muito mais que gestos importantes, são a base sólida de uma sociedade sadia e de uma igreja renovada».

Por sua vez, D. Manuel Felício, bispo da Guarda, que presidiu à celebração episcopal, afirmou na sua homilia que, «hoje mais do que nunca», para os bispos é «urgente “primeirear”» a responsabilidade missionária da Igreja. O prelado acrescentou que a Igreja não pode estar «à defesa» e considerou que o serviço e o despertar do dinamismo missionário são essenciais no trabalho futuro. «Não queremos uma Igreja à defesa, mas sim uma Igreja empenhada em cumprir o sonho do Papa Francisco, colocando todas as suas capacidades mais ao serviço da evangelização do mundo atual do que da sua auto preservação», afirmou D. Manuel. O bispo guardense considerou ainda que é necessário continuar a «dar atenção aos pobres, aos atribulados, aos prisioneiros, aos cativos necessitados de libertação, aos que se encontram envolvidos pelo luto da dor».

E lembrou D. António que «não esperamos facilidades no cumprimento da missão episcopal», mas reconheceu que, tendo em conta «a qualidade do seu trabalho e a dedicação que mostrou em todas as instituições públicas e cristãs por onde passou», o novo bispo de Viseu é «a pessoa certa para dar continuidade ao bom trabalho que D. Ilídio vinha fazendo». A missa de ordenação episcopal de D. António Luciano, nomeado bispo de Viseu pelo Papa Francisco, foi presidida D. Manuel Felício, numa celebração onde foram coordenantes D. Ilídio Leandro e D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, sede da Província Eclesiástica a que pertence a Diocese de Viseu. Participaram ainda o núncio apostólico, diversos bispos de Portugal, o clero da diocese da Guarda e de Viseu, assim como paroquianos, amigos e conhecidos do novo bispo, tanto das paróquias onde foi responsável, como dos hospitais e das universidades onde colaborou.

D. António nasceu a 26 de março de 1952, em Corgas, anexa da freguesia de Sandomil (Seia). Foi enfermeiro nos Hospitais da Universidade de Coimbra e ordenado padre em 1985. Foi capelão no Hospital Sousa Martins, na Guarda, no Instituto Politécnico local e na Universidade da Beira Interior, onde foi professor, assim como na Universidade Católica, em Viseu. Entre outros cargos, o novo bispo foi vice-postulador da Causa de Beatificação e Canonização de João de Oliveira Matos, juiz diocesano do Tribunal Eclesiástico e vigário episcopal para o clero. O início do trabalho pastoral de D. António Luciano na Diocese de Viseu está agendado para 22 de julho.

Luis Martins D. António Luciano inicia funções na Diocese de Viseu a 22 de julho

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