Há mais uma alternativa no acesso rodoviário ao maciço central da Serra da Estrela. Abriu na última quinta-feira ao tráfego a ligação entre a Portela de Arão e a Lagoa Comprida, numa extensão de 9,2 quilómetros. Segundo a Estradas de Portugal (EP), a via, também conhecida por Estrada de S. Bento, destina-se a «descongestionar as grandes aglomerações de tráfego que, em períodos de forte atracção turística, procuram a zona».
A obra custou mais de 4,7 milhões de euros, co-financiados em cerca de 2,2 milhões pelo FEDER, e liga a EN 339, localmente designada por “estrada da Serra” por atravessar o maciço central (Seia-Covilhã), à EN 338, situada abaixo dos mil metros de altitude. Com um declive médio de 7,9 por cento, a estrada está equipada com painéis de informação, protecções marginais contínuas, sinalização dinâmica activa e “escapatórias” no final das rampas mais declivosas. Por outro lado, foram construídos um miradouro e um parque de merendas. O presidente da EP, António Laranjo, realçou a importância do momento ao recordar que «desde os anos 40 que não era feito um quilómetro de estrada no maciço central». Uma afirmação aproveitada por Eduardo Brito para confirmar que o Estado está «finalmente» a investir na melhoria das acessibilidades na região. Mas o presidente da Câmara de Seia quer mais: «Se tivermos a mesma “bicicleta” que os outros, também chegaremos mais rapidamente à meta do desenvolvimento», afirmou, reclamando outras ligações, como um acesso a Nelas (IC 37) e à A25 (auto-estrada das Beiras Litoral e Alta).
Quanto à estrada entre Loriga e a Lagoa Comprida, «é uma obra importante para o concelho, mas sobretudo para freguesias como Valezim, Loriga, Alvoco da Serra ou Teixeira. Esperamos que seja um bom contributo para despertar algum desenvolvimento naquela zona», acrescentou. Presente na cerimónia, o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, adiantou estar-se já na fase final do projecto de execução do IC6, nos lanços Covilhã-Unhais da Serra e Catraia dos Poços-Tábua. «O próximo passo será a abertura do concurso público para a sua construção. Poderá haver um atraso de um ou dois meses no lançamento da obra, mas está dentro do planeamento previsto, pelo que estaremos em condições de o fazer no próximo ano», afirmou. Sobre o IC7 e IC37, o governante disse que os estudos prosseguem com vista a uma «optimização» dos três traçados.