O Governo aprovou no sábado novas medidas para apoiar o desenvolvimento do interior.
Reunido na Pampilhosa da Serra, o Conselho de Ministros extraordinário deliberou reduzir em 50 por cento as portagens para os pesados de mercadorias que circulem nas autoestradas do interior e lançar um programa de concursos de 1,7 mil milhões para apoiar o investimento empresarial nestas regiões, no âmbito da reprogramação do Portugal 2020. O executivo anunciou ainda que vai avançar com a dedução à coleta do IRC de até 20 por cento dos custos salariais das empresas instaladas ou que vierem a instalar-se no interior, «o que poderá levar, na grande maioria dos casos, a uma coleta zero de IRC», afirmou Pedro Siza Vieira, ministro-Adjunto do primeiro-ministro. Outra das medidas do Programa de Valorização do Interior, que entram em vigor em 2019, diz respeito aos funcionários públicos, que terão direito a mais dois dias de férias nos primeiros cinco anos e vão receber o dobro do valor em subsídios de parentalidade e abono de família se forem trabalhar para o interior.
No sábado, Álvaro Amaro, que ainda desconhecia a totalidade das propostas, considerou tratar-se de «medidas desgarradas» e que está em curso «um leilão de medidas para o interior». O autarca da Guarda e fundador do Movimento pelo Interior considerou mesmo que a redução das portagens para os pesados é «importante» por beneficiar um segmento da economia privada «muito importante» para a Guarda e para o interior, mas deixou de lado o turismo e os residentes. «Isso não faz sentido. Falta o resto, uma redução significativa do preço das portagens para atender a toda a economia, aos cidadãos e aos turistas, isso é que era de elementar justiça. Não creio que tenhamos agora que dizer aos turistas que venham todos em camiões», ironizou Álvaro Amaro.