A licença de radiodifusão para o concelho de Seia foi atribuída ao projecto Rádio Cultura de Seia, apresentado pela empresa de comunicação social Raimundo Comunicações Independentes – Rádio e Jornais, Lda, com sede em Viseu e proprietária da Rádio Clube do Interior (RCI).
A decisão foi tomada a 28 de Agosto, tendo os cinco concorrentes à respectiva frequência sido notificados no final da semana passada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Desconhece-se ainda se haverá lugar a contestação do resultado, cujo prazo de reclamação está a decorrer. O mesmo acontece em relação à programação da nova emissora, de conteúdo generalista, e ao seu arranque, mas o que se sabe é que fez o pleno nos critérios de análise das candidaturas. De acordo com o site do trimensário local “Porta da Estrela”, a Rádio Cultura de Seia obteve 10,20 pontos, enquanto o segundo classificado ficou-se pelos 8,95 pontos. Trata-se da “SER – Rádio Serra da Estrela”, apresentada pela Associação Cultural de Difusão de Informação do Concelho de Seia. Sediado na cidade, este projecto envolvia personalidades, empresários e políticos de vários quadrantes, entre os quais se destacam o ex-deputado socialista Vítor Moura, o membro da direcção da concelhia local do PS André Figueiredo, o advogado Nuno Vaz (dirigente distrital do PSD), Eduardo Silva, administrador do Hospital Nossa Senhora da Assunção, Alberto Martinho (empresário) e António Campos (presidente da delegação do Nerga em Seia).
Em terceiro lugar ficou a “Páginas Soltas – Comunicação e Audiovisual, Lda”, com sede em Quintela (Seia), liderada por José Alberto Monteiro Gomes, proprietário de uma estação de rádio em Nelas. O penúltimo lugar foi para o projecto da “EFM – Estrela FM, Unipessoal, Lda”, titulado por Amélia Moura da Silva. Curiosamente, é irmã de Fernando Moura, promotor da candidatura da “Efeito Surpresa”, com sede em Coimbra, excluída do concurso devido a um parecer técnico negativo do ICP-ANACOM. O concelho de Seia está sem estação de rádio desde 1 Julho de 2003, dia em que terminaram as emissões da Rádio Beira Alta, que transmitia na frequência de 93,6 megahertz (Mhz), após uma deliberação da então Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS). A licença para o exercício de actividade de radiodifusão foi cancelada a 3 de Outubro de 2001, pelo facto da proprietária não ter solicitado a renovação do alvará. Na altura, a Editora Porta da Estrela recorreu da decisão para o Tribunal Central Administrativo, em Lisboa, pretendendo a suspensão da decisão da AACS. Mas a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) considerou que as emissões deveriam ser encerradas e cumprida a deliberação da Alta Autoridade, pondo fim a 24 anos de emissões.
Luis Martins
