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Nova gerência quer um Hotel de Turismo actualizado

José Nicolau Figueiredo diz ter encontrado «alguma apatia», mas garante que a partir de agora a Guarda terá uma unidade «de outro nível»

«Vamos propor aos clientes um serviço de qualidade para que, aliado à beleza e charme do edifício, tenhamos um produto ímpar na cidade da Guarda». É com esta determinação que a Predial das Termas pretende abraçar os dez anos de trabalho que começaram no último sábado à frente do emblemático Hotel de Turismo da Guarda. Isto garante José Nicolau Figueiredo, o novo administrador, que além de querer expandir os planos da sua empresa, que já detém a exploração do Hotel do Parque (Termas de São Pedro do Sul) e do Hotel Moinho de Vento (Viseu), quer actualizar as realidades do Turismo para que «seja apreciado ao nível nacional e internacional».

É que se trata de um hotel onde a parte humana está «melhor» que a física, pelo que a nova equipa de administração, formada por Figueiredo e Manuela Almeida, directora residente, quer «melhorar» o acolhimento a nível do edifício e «motivar» o pessoal para a prestação de um serviço de qualidade. «É preciso cativar o cliente», continua o responsável, admitindo que se deparou com «alguma apatia» na actualização da estrutura, quer em termos físicos, quer humanos. Apesar disso, e habituada a começar do zero, a nova concessionária está satisfeita por ter encontrado um hotel «muito bom», cujo rosto pretende mudar brevemente. Mas, sem levantar muito o véu, José Nicolau Figueiredo afirma apenas que se o hotel não dispõe de determinados equipamentos – piscina interior, salas para conferências e reuniões, entre outros – é porque as pessoas não os fizeram. «Nós é que temos que dar o mote», considera o novo administrador, para quem é possível «termos o que precisamos, desde que cativemos a empresa proprietária a aprovar os nossos projectos». Descontente com alguns pormenores dentro e fora do hotel, Figueiredo explica ainda a “O Interior” que o contrato de concessão contempla uma verba de 750 mil euros para remodelações, mas a Predial das Termas ainda está a elaborar o caderno de encargos, que posteriormente será apresentado à empresa municipal, proprietária do imóvel e concessionante da sua exploração há 25 anos, para aprovação.

Bar e restaurante abertos ao exterior

O novo administrador pretende ainda estudar investimentos necessários à requalificação do edifício «no seu todo» e à criação de novas valências, de forma a garantir um acolhimento de qualidade e a padronizar o serviço para «ser único». Equipamentos complementares que irão de encontro aos «interesses da concessionária e da concessionante», garante, pelo que a Guarda «terá uma unidade de outro nível». Numa altura em que abriu uma nova unidade hoteleira na cidade e outras se anunciam para breve, o responsável pelo Turismo diz não se afligir com a concorrência, pois o que distingue os hotéis é o serviço: «Nós acreditamos no nosso. Aqui o preço/qualidade e a beleza do edifício vão ter mais-valias para os potenciais clientes», afiança Figueiredo, para quem «se os concorrentes pensarem como nós, todos poderemos viver e a Guarda ter mais reconhecimento e mais turistas. Uma cidade como esta já merecia ter mais do que um hotel», admite, porque tem desenvolvimento, é actual, está perto duma das principais portas de entrada do país e é servida por duas vias estratégicas: o IP5 e a A23.

Já os 32 funcionários são para manter, embora possam vir a ter alguma requalificação e formação profissional activa, proporcionada pela própria Predial das Termas.

Resta agora analisar o serviço, criar procedimentos e «despertá-los para o cliente», refere o responsável, que pretende direccionar o hotel para um mercado «de qualidade», do homem de negócios, do turista cultural português e estrangeiro, do turista da Serra da Estrela e do congressista, mas «sem nunca esquecer os guardenses», realça. Além disso, a nova administração, que vem substituir a Sociedade de Hotéis Transcontinental, quer trabalhar com operadores nacionais e internacionais para trazer à Guarda turistas com viagem, hotel e deslocações incluídos num só “pack”. Dentro do hotel, além das novidades imediatas na decoração, também o bar e o restaurante vão sofrer alterações. José Figueiredo quer abri-los ao exterior de forma a dar-lhes uma nova dinâmica, mantendo a habitual sala de apresentações de eventos – a “sala mãe” – para conferências, banquetes, baptizados e outras reuniões familiares. «É em função disto que vamos actuar», garante Figueiredo.

Rita Lopes

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