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Nova esquadra da PSP da Covilhã sem verba

Apesar de ter sido adjudicada em Dezembro passado, as obras ainda não foram iniciadas por não estar alegadamente contemplada no OE deste ano

Pelo andar da carruagem, as obras da construção da nova esquadra da PSP da Covilhã, junto à Biblioteca Municipal, não deverão arrancar tão cedo por «falta de verbas». O alerta surge de Leonel Silva, do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), que assegurou a “O Interior” a indisponibilidade financeira do Estado para iniciar a obra, «segundo as informações transmitidas numa reunião com a governadora civil de Castelo Branco na semana passada», adiantou o dirigente, que já solicitou esclarecimentos ao ministro da Administração Interna. «Ainda estamos a aguardar respostas, pois as únicas informações que tivemos foi da governadora civil», explica Leonel Silva. Já o comandante da PSP da Covilhã, José Pinto, acha que há uma «providência cautelar» interposta por uma outra empresa que concorreu ao concurso público, do Teixoso, tal como tinha adiantado a “O Interior” há duas semanas na entrevista “Cara a Cara” (ver edição 283). No entanto, admitia na altura, não saber até que ponto esta informação era verdadeira, uma vez não haver qualquer comunicação oficial sobre o processo. Questionado sobre o assunto, o Ministro da Administração Interna, António Costa, confessou a “O Interior” desconhecer a situação. Da autarquia da Covilhã, a resposta foi a mesma.

Seja como for, «algum problema deve haver», aponta Leonel Silva, uma vez que as obras ainda nem sequer foram iniciadas, apesar de ter sido adjudicada em Dezembro passado pelo secretário de Estado de então, Paulo Pereira Coelho, à empresa Constrope, nove meses depois do anterior ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, ter aberto o concurso público para a construção da nova infra-estrutura. Com a adjudicação da obra, esperava-se o fim de um processo que se arrasta desde 1998, altura em que a Câmara da Covilhã cedeu o terreno para a nova infraestrutura. Desconhecendo a alegada providência, o sindicalista aponta apenas uma causa: «o anterior governo adjudicou a obra sem se preocupar em destinar verbas à esquadra. Julgo que a obra não deve estar contemplada no Orçamento de Estado deste ano e, para se fazer este ano, só se houver um orçamento rectificativo», aponta. No entanto, não esconde os «receios da obra não ser considerada prioritária» numa altura em que o governo está a apertar os “cordões à bolsa” para reduzir o défice.

As novas instalações dos agentes de segurança estão orçadas em 993 mil euros e deveriam ser construídas num prazo de 16 meses. O edifício, que será dividido em dois blocos, deveria estar pronto em 2006 e deverá contemplar todas as valências reivindicadas pelos agentes de segurança, como quartos, posto clínico, gabinete médico, ginásio, refeitório e bar, salas de aulas, arrecadações, balneários, garagem, gabinetes modernos e material informático para uma modernização da gestão, na perspectiva de se alargar a área de jurisdição da PSP que se mantém inalterável desde 1962 e aumentar o número de efectivos.

Liliana Correia

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