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Canotilho diz-se «farto das desculpas» de PS e PSD

Candidato do CDS à Câmara da Guarda quer ser um «fiel da balança» no próximo executivo

Joaquim Canotilho quer que a Câmara da Guarda seja mais do que uma «mera repartição pública» e assuma um papel determinante para afirmar a cidade enquanto capital de distrito. Esta e outras ideias foram lançadas na última sexta-feira durante a apresentação da sua candidatura à autarquia, numa sessão que contou com a presença do líder do partido, Ribeiro e Castro, e a ausência do delegado distrital do CDS, João Caramelo. Uma falta desvalorizada tanto pelo candidato, como pelo presidente centrista: «O que é importante é que Joaquim Canotilho tem o apoio de todo o partido, que é traduzido na minha presença aqui na Guarda», esclareceu Ribeiro e Castro.

Após apresentar algumas dúvidas e muitas críticas sobre o TMG, o processo do novo hospital ou o urbanismo da cidade, o cabeça de lista do CDS, também presidente da concelhia, acusou as forças políticas dominantes de terem passado o tempo «a desculpar-se uns com os outros» e de atirarem «areia para os olhos» dos munícipes. «Há que romper este ciclo de boas palavras para enganar os tolos», desafiou Joaquim Canotilho, que se propõe interromper a «dominância» PS e PSD na Guarda. E assume que esta é uma candidatura para o CDS ganhar «posição na Câmara» e poder ser «um fiel da balança». Para tal, o candidato promete apoiar todos os projectos positivos para o município, independentemente de quem os propuser, recusando a oposição «por sistema que infelizmente temos visto». Outra preocupação é a ausência de uma gestão «racional» na Câmara: «Está cada vez mais provado que não é “despejando” dinheiro em cima dos problemas que eles milagrosamente se resolvem», garante o candidato. Que também vai empenhar-se para que a Assembleia Municipal (AM) tenha um papel mais activo, onde cada deputado possa falar e opinar «sem medo das tutelas partidárias».

É que considera que a AM tem «falta de intervenção» e muito menos participação dos seus eleitos. Quanto aos serviços e colaboradores da autarquia, eles têm sido, segundo Canotilho, «injustamente, o bode expiatório da incompetência dos seus dirigentes políticos». A intervenção foi curta e sem declarações polémicas, ao contrário do que nos tem habituado o agora candidato. Mas essa promete ser uma constante na sua campanha, disse, no final, aos jornalistas, adiantando que Pereira da Silva vai ser o candidato à Assembleia Municipal. Já Ribeiro e Castro veio à Guarda exigir municípios “amigos” dos contribuintes, da família e da economia, tendo apelado à aplicação de taxas e impostos locais mínimos. «As autarquias têm que ser exemplares numa fiscalidade moderada. Uma Câmara “amiga” da família é aquela que cobra taxas de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) mais baixas, pois sabemos quanto elas pesam no orçamento familiar», sustentou. Como estas eleições serão o primeiro teste à sua liderança, pediu aos futuros eleitos que sejam «exemplares» na exigência de transparência, cidadania e no funcionamento das autarquias, para criarem a «marca do CDS».

Ribeiro e Castro esclareceu depois que o principal adversário na Guarda é o PS: «Está na Câmara há 30 anos e de facto já chega. É tempo de experimentar diferente e a diferença aqui na Guarda tem um nome: Canotilho e CDS», sublinhou, não sem antes dizer que Portugal estaria hoje «numa situação muito melhor se tivesse seguido mais cedo as ideias humanistas e democratas-cristãs do CDS».

Luis Martins

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