O Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) deverá ser substituído hoje, na Assembleia Geral de Accionistas marcada para discutir o plano de investimentos da unidade hospitalar, nomeadamente da unidade de psiquiatria.
Há um ano que o CA, presidido por Miguel Castelo Branco, aguarda pela substituição, mas a reunião tem sofrido sucessivos adiamentos. Marcada inicialmente para Março, foi adiada para Junho e, depois, para a sexta-feira da semana passada. Esta última acabou por ser adiada também para hoje, a pedido dos Ministérios da Saúde e das Finanças. De acordo com o ainda presidente do CA do CHCB, a ideia «não era discutir investimentos» nesta reunião, tanto mais que os hospitais S.A vão começar já a funcionar sob o modelo de Entidades Públicas Empresariais (EPE) a partir de Janeiro. Mas a urgência de investimento para a unidade de psiquiatria levou à necessidade de discutir o assunto nesta assembleia, pelo que os accionistas solicitaram assim o adiamento da mesmo por «mais alguns dias» para poderem analisar o projecto em curso, explicou Miguel Castelo Branco.
A acompanhar João Casteleiro, que há muito foi convidado pela tutela para o lugar, estarão ainda Dulce Gomes como vogal administrativa, João Ramalhinho como enfermeiro director, Fátima Nogueira e João Gomes, que voltará a desempenhar o cargo de director clínico.
O maior desafio de João Casteleiro será, sem dúvida, a gestão do CHCB enquanto EPE, o novo modelo de gestão que o Ministro Correia de Campos pretende implementar nos 34 hospitais S.A criados pelo anterior Governo. «Os S.A, para mim, foram um falhanço», disse João Casteleiro, bastante esperançado no novo modelo. «Será muito mais benéfico para o doente», opina, aludindo ao facto deste modelo impedir as privatizações. De acordo com o Governo, os hospitais enquanto EPE mantém as características inerentes ao seu estatuto de estabelecimentos que prestam um serviço público, passando a contar com instrumentos de gestão mais adaptados às necessidades dos cidadãos. Com este modelo, o Governo acredita ainda estar a dar passos significativos para uma melhor operacionalidade, racionalidade económica das decisões e investimento.
A dias de se despedir do cargo que desempenhou por mais um ano para além do mandato definido, Miguel Castelo Branco faz um balanço «extremamente positivo» de todo o trabalho desenvolvido pelo CA do hospital SA, salientando acima de tudo o lançamento do CHCB enquanto unidade hospitalar com «mais e melhores cuidados de saúde». A modernização e informatização dos sistemas hospitalares são também um ponto a realçar por Miguel Castelo Branco, além do ensino e da investigação desenvolvida na unidade.