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Ninguém

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Nobody said it was easy/No one ever said it would be this hard

(The Scientist – Coldplay)

Ninguém te disse que terias de escolher entre o amor e o dever, o namorado e o resto do mundo, o certo e o mais certo ainda.

Ninguém te avisou de que, qualquer que fosse a tua decisão, irias sofrer. Ninguém te contou que, independentemente da tua escolha, a tua vida mudaria para pior. Ninguém te recordou que o teu destino estava irremediavelmente traçado, que não havia forma de o contornares nem alterares – só se tem sorte uma vez, e tu já tiveste a tua oportunidade.

E, contudo, ninguém esperava que não matasses o amor da tua vida. Ninguém supôs uma única que vez que preferisses deixar que o mundo ardesse no Inferno, que escolhesses salvar Angel. Ninguém – nem Willow, nem Xander, nem Giles, nem mesmo tu própria, por mais que hesitasses, por mais que vacilasses de medo e dor. Tu eras a Caçadora e irias salvar o mundo a todo o custo e ninguém duvidava disso.

Tu sofreste tanto que nem o Inferno te poderia magoar mais. Podes manter esse teu ar duro e olhar para todos como se fosses imune a qualquer coisa, mas, interiormente, estás desfeita, partida em milhões de cacos. E ninguém o sabe – talvez nem mesmo tu, tu que te recusas a permitir que as lágrimas invadam a tua face e lavem alguma da tua mágoa. Tentas fugir delas e da dor que carregam, contudo, acabarás por ceder. E, então, ninguém te poderá dizer o que é certo ou errado, fácil ou difícil, doloroso ou mais doloroso ainda.

Ninguém teve de fazer as tuas escolhas, Buffy, e ninguém te inveja por isso.

Maria João Pinto (12º C)

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