P – O que o levou a decidir recandidatar-se à presidência da Direcção do Núcleo Regional da Quercus da Guarda?
R – Vários motivos. Um deles está no gosto que tenho pelo associativismo e pelo companheirismo, que se cria e mantém na família Quercus. Outro está no facto de ser estudante de Engenharia Florestal. Além disso, quero contribuir para o reconhecimento da importância que o Ambiente desempenha nos dias actuais. Nenhuma cidade, distrito ou país conseguirá vingar se não tiver em conta o Ambiente e o conceito de desenvolvimento sustentável. Sou jovem e sinto que sou capaz de fazer mais e melhor.
P – Que balanço faz destes últimos quatro anos?
R – Positivo, dentro do possível. Fizemos o que pudemos nas direcções que tive a oportunidade de coordenar e nunca dissemos que não a uma solicitação. Conseguimos resolver vários assuntos, estabelecemos várias parcerias com entidades da região e interagimos também com a população. Assegurámos, digamos, o mínimo. Mas consegui manter o núcleo aberto, o que é um ponto de partida para estes próximos dois anos serem mais favoráveis.
P – O núcleo não se tem mostrado muito activo. O que tem falhado?
R – Para isso tem que ter uma boa equipa estruturada, o que não tem acontecido. Têm estado apenas uma ou duas pessoas à frente do núcleo. Mas a mudança está próxima. Devo também dizer que houve aspectos positivos, como os 20 passeios “Ciência Viva” no Verão do ano passado, nos quais tivemos participantes em 18. O núcleo pode não parecer activo, mas há muito trabalho feito nos bastidores, que também é necessário. Neste mandato queremos sair mais para a praça pública e lançar debates.
P – A continuidade do núcleo chegou alguma vez a estar em causa?
R – O interior já perdeu demasiados gabinetes públicos e privados de vários serviços para outras regiões. Uma vez que o núcleo está instalado há 20 anos é necessário fazer um esforço para o manter, mesmo que pouco activo. Confesso que esta foi uma das razões que levou à minha recandidatura. E esse esforço deve ser feito também pelos associados, pelo que gostaria que passassem a mostrar-se mais activos do que até aqui.
P – O que se pode esperar desta nova equipa?
R – Temos pessoas novas, com novas dinâmicas e métodos de trabalho e, acima de tudo, com muita vontade de trabalhar para fazer mais pelo distrito da Guarda. A direcção é constituída por seis engenheiros ligados à área, uma geógrafa e um animador sócio-cultural. Agora é preciso integrá-los da melhor forma. Passada esta fase de integração seremos uma equipa forte e dinâmica em busca de outros colaboradores para podermos dinamizar o núcleo.
P – Quais os principais objectivos traçados para este mandato?
R – Um dos objectivos para o primeiro ano passa por uniformizar os procedimentos da própria estrutura, com vista a facilitar o trabalho a desenvolver no restante período. Falo, por exemplo, de parcerias com entidades e outras associações ligadas à defesa do Ambiente ou as parcerias na divulgação das actividades que realizamos, pois cada vez mais é preciso levar a informação ao cidadão. Nesta fase inicial estarão também em destaque a tesouraria ou os contactos com outros núcleos.
P – E para o segundo ano?
R – Quando os procedimentos estiverem bem enraizados pelos diversos membros da direcção, contamos dar a devida atenção às solicitações que nos vão chegando diariamente e responder de forma mais imediata. As acções nas escolas são importantes porque constituem uma boa oportunidade para divulgar a associação e, acima de tudo, para consciencializar os estudantes dos diversos problemas ambientais existentes. E queremos lançar alguns projectos que andam a ser pensados há algum tempo, como o Censo da Cegonha, que vai consistir num levantamento dos ninhos e número de casais existentes.
P – Há, de momento, problemas ambientais específicos na Guarda que preocupem a Quercus?
R – Existem diversos e devem preocupar todos os cidadãos do distrito. A começar pela reciclagem, por exemplo, e no facto de ainda existirem poucos ecopontos à porta de cada um. Destaco, entre outros aspectos, a questão do abandono da agricultura e o consequente aumento do risco de incêndios, que contribuem para a poluição de rios e perda de solo fértil e da biodiversidade.
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