No passado dia 7 de outubro, a ULS/Guarda festejou o seu 7º aniversário em sessão solene que teve um certo sabor a despedida.
Transpareceu a ideia que o importante era passar a mensagem de que «não podia haver na Beira Interior três hospitais a dar prejuízo» nas palavras do ainda Ministro da Saúde Paulo Macedo, citadas pelo senhor Presidente da Câmara Municipal da Guarda.
Como se os hospitais e o SNS existissem para dar lucro… Mas adiante!
O senhor Dr. José Tereso, presidente da ARS Centro, trazia como mensagem central da sua intervenção a urgência de criar o Centro Hospitalar da Beira Interior, justificando-se com a escassez dos recursos, a complementaridade, a troca de experiências, concluindo com o esperado «não pode haver tudo em todo lado».
O Presidente da Câmara da Guarda, politicamente mais hábil, veio dizer, no fundo, o mesmo que o seu companheiro de partido, numa argúcia bem servida em embrulho de bela oratória, mais ao gosto do cidadão comum.
Falou de um Centro Hospitalar Universitário a partir da Faculdade das Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, envolvendo os Hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco, como se fosse uma proposta inovadora.
Provavelmente esqueceu-se que, desde 2000, pela Portaria 1/76 dos Ministérios da Educação e da Saúde, o Hospital Sousa Martins, os Centros de Saúde da ULS/Guarda, o Hospital de Seia, estão articulados institucionalmente com aquela Faculdade da UBI e que centenas dos seus alunos já aqui lecionam as práticas das várias cadeiras, em diversos anos da sua formação.
Só que isso não alterou os problemas de fundo da ULS/Guarda, quer ao nível estrutural, quer ao nível dos recursos humanos e técnicos.
Subalternizar o Hospital Sousa Martins? Empurrar populações para fora do distrito em busca de cuidados de saúde? Integrar-nos num Centro Hospitalar com concelhos a mais de duas horas de distância de um Hospital?
Nem pensem.
Por: Santinho Pacheco, deputado do PS eleito pelo círculo da Guarda
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