No passado mês de dezembro Nelson Silva surpreendeu tudo e todos ao assumir funções a meio tempo na Câmara da Covilhã como vereador do Planeamento Estratégico. Quatro meses depois o independente eleito pelo “Movimento Acreditar Covilhã” (MAC) bateu com a porta.
A decisão foi apresentada ao presidente Vítor Pereira a 31 de março e tornada pública na passada quinta-feira em conferência de imprensa. Sem grandes justificações, o independente disse apenas que «não estão reunidas as condições para continuar no executivo». Na altura em que assumiu funções Nelson Silva dizia que apenas o faria «numa situação de “força maior”» e considerava então ser esse o momento, tendo defendido a necessidade de «uma gestão municipal assente na cooperação». Enquanto este em funções, o vereador disse ter evitado «ao longo do tempo querelas e disputas político-partidárias que colocassem em causa a estabilidade governativa». O que já não será o caso atualmente, em que a política local da Covilhã se baseia «em ataques de carácter que não resultam em nada para aqueles que nos elegeram».
Neste contexto, Nelson Silva lamentou que fique para segundo plano «o debate, a preparação e implementação de políticas de apoio ao desenvolvimento económico e social do concelho». E criticou: «O exercício de cargos políticos deve estar assente no respeito por valores éticos e morais, algo que não se verifica no atual cenário político covilhanense». Para esta saída terão contribuído os acontecimentos da última reunião pública do executivo, em que Joaquim Matias colocou o lugar à disposição após uma acesa troca de palavras com Carlos Martins, mas também o fim do acordo de incidência governativa que existia entre o PS e o PSD. Há hora do fecho desta edição ainda não era conhecido o elemento da lista do MAC que vai render Nelson Silva no executivo covilhanense.