A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, na última sexta-feira, uma declaração de interesse público da venda de 49 por cento da empresa municipal de águas ao agrupamento Ags/Hidurbe do grupo Somague.
A deliberação, ratificada pela maioria, pretende justificar a venda face a uma providência cautelar interposta junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco pelo deputado municipal da CDU, Jorge Fael, para impedir o negócio. Os sociais-democratas garantem o controle dos preços e prometem manter descontos sociais, mas toda a oposição (PS, CDU e BE) votou contra, com o argumento de que a venda pode vir a pesar na factura do consumidor. Na sessão, Jorge Fael considerou mesmo trata-se de um «um negócio ilegítimo do ponto de vista democrático» e acusou o PSD de «delapidar o que foi pago por gerações de covilhanenses, com o objectivo de encaixar dinheiro para pagar dívidas pelas quais são os únicos responsáveis».
Uma opinião partilhada pelo Bloco de Esquerda e PS. O socialista Hélio Fazendeiro acrescentou que «o único interesse que aqui se vislumbra é o de ter dinheiro para executar obra até às eleições». Da bancada do PSD, Luís Fiadeiro garantiu que «é um acto legal, de direito legítimo, sem ilegalidades, nem irresponsabilidades» e destacou a sua importância «em defesa dos interesses de desenvolvimento do município e não de quaisquer outros». A venda de 49 por cento da Águas da Covilhã ao agrupamento Ags/Hidurbe do grupo Somague foi aprovada a 4 de Abril último por 40 milhões de euros.