Os resultados eleitorais do passado dia 20 deixaram claro para todos os portugueses que há uma necessidade de mudança. Mas a mudança talvez, não seja no partido político que forma governo ou na ideologia que sustenta a história política de quem vai governar.
A mudança de que falo tem a ver com estratégias de desenvolvimento, algumas delas traçadas pelo anterior governo e outras prometidas pelo próximo. Nós que estamos, vivemos e trabalhamos pelo interior entendemos que esta é uma grande oportunidade para o próximo primeiro-ministro trabalhar nas promessas que tem feito ao longo da sua carreira política, ou seja, dinamizar o interior, possibilitar um desenvolvimento sustentado e criar mais e melhores condições de fixação de técnicos altamente qualificados em regiões ameaçadas pelo fantasma da desertificação.
Sendo o primeiro-ministro eleito um homem do interior e mais, um homem da nossa região, certamente estará sensível aos nossos problemas e reconhecerá a necessidade de cumprir promessas fundamentais como a criação do centro desportivo de alta competição na Guarda, ampliação da rede viária sem a cobrança de portagens, e ainda reforçar os apoios ao comércio, serviços, indústria e agricultura do interior, quer trabalhando junto da Europa no sentido de garantir fundos estruturais, quer no âmbito interno, com medidas dinamizadoras capazes de impulsionar a economia e retomar o crescimento.
Mais importante do “quem” está ou estará a governar é o “como” governar. É nitidamente difícil governar em tempos de crise mundial, fazer uma economia crescer com uma concorrência internacional baseada no “dumping”, fazer um país prosperar com uma impagável dívida pública e com um interior pobre. Aquilo que todos esperamos é que o interior venha efectivamente a ocupar um papel preponderante na economia portuguesa, que assim será muito mais equilibrada e próspera.
Jorge Godinho,
Presidente da ACG; Militante do PSD
