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Natal de 2012

A família reúne-se e projeta dois a três dias de convívio. São reencontros e por vezes recontros, porque o tempo afasta, o tempo cria zonas instáveis, os quotidianos formam fronteiras e a teimosia, a inflexibilidade, instala-se com a idade e com as certezas da personalidade. A família sã encontra-se e explora o espaço perdido, busca na fronteira os lugares de aproximação, tenta recuperar do desencontro. Há a distância, a necessidade de questionar, de interpretar, de conhecer os novos membros. O Natal é propício à reavaliação, aos botões de reiniciar, de repor, de refletir o tempo percorrido. No teclado dos Facebook e dos Twitter a maior parte das pessoas vai clamando a felicidade e o amor. Nas casas, por seu lado, há algumas tensões entre os que fazem as rabanadas e os que discutem futebol e política.

A crise invade a conversa e arrasta alguma destemperança, algum desengano e sobretudo muitas histórias de insucesso repentino. As famílias desestruturadas encontram aqui momentos de uma profunda intempérie e de uma conflitualidade permanente. Estão próximos, partilham pessoas que se detestam. Isso que não é Natal, é somente a vontade de uma mãe ou de uma avô, deve evitar-se. No Natal de 2012 temos de fazer um esforço para melhorar os dias de quem se reencontra, de quem compartilha a mesma mesa. Depois desejar trabalho, remuneração condigna e tempo livre. Para lá do refrão “saúde, dinheiro e amor”, que estes dias corram em harmonia e felicidade é o que vos desejo!

Por: Diogo Cabrita

Natal de 2012

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