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«Não temos outra alternativa que pedir a demissão de Victor Tomás Ferreira»

Cara a Cara – Entrevista

P – Seis meses após as autárquicas, a Junta de Freguesia de S. Martinho continua por instalar. É uma situação preocupante?

R – É uma situação muito má para a freguesia. Apesar do presidente dizer que ela está a trabalhar, a verdade é que não temos efectivamente uma Junta. E os eleitores sabem disso, porque nos perguntam constantemente se já está a funcionar ou não. Nota-se o descontentamento dos cidadãos em relação a esta situação. Nós continuamos disponíveis para encontrar uma solução política, que, de resto, já existe desde 31 de Outubro quando as três forças políticas se reuniram pela primeira vez. Estamos preparados para trabalhar em conjunto com o presidente, no sentido de demonstrar que é possível a Junta funcionar com três partidos diferentes.

P – Foi por causa dessa proposta que a CDU rejeitou o convite para formar Junta com o PSD?

R – Sim, mas também porque temos consciência do nosso peso eleitoral na freguesia e, por isso, nunca poderíamos passar por cima da segunda força política que tem quase tantos votos como o PSD. Foi por isso que aceitamos fazer parte de um executivo tripartido para que cada uma possa fazer o que melhor sabe em prol da população. Achamos que já é tempo de resolver o problema. O presidente da Junta teve seis meses e não fez nada. Agora não nos resta outra alternativa que pedir a demissão de Victor Tomás Ferreira, pois está mais do que provado que foi incapaz de resolver o problema e trabalhar em equipa.

P – Vão exigir a demissão de Victor Tomás Ferreira?

R – É nossa ambição fazê-lo. Tem que haver uma Assembleia de Freguesia até ao final deste mês para apresentar o Plano de Actividades e Orçamento para o corrente ano. Para além disso, vamos colocar na ordem de trabalhos essa questão e resolver este impasse.

P – Que problemas decorrem deste impasse?

R – Para além de se trabalhar apenas em gestão corrente, não há neste momento uma Junta que possa pensar, planear e realizar iniciativas ou actividades. A resolução de problemas, investimentos e a candidatura a fundos e projectos está parada neste momento porque não temos Plano de Actividades e Orçamento e porque a Junta não tem órgãos que lhe permitam funcionar legalmente.

P – A reunião com a Governadora Civil não serviu para encontrar uma solução?

R – A Governadora Civil apenas pode convocar eleições intercalares no caso do presidente ser substituído, e aí teria que ser a lista do PSD a demitir-se em bloco, ou então, no caso de não haver quórum na Assembleia de Freguesia, por exemplo, com a demissão conjunta do PS e da CDU. Mas não temos esta possibilidade em mente, pois achamos que essa é uma responsabilidade do presidente que, até agora, apenas demonstrou desinteresse ou incapacidade para resolver o problema.

P – Que acções poderão tomar se o presidente não se demitir, como exigem?

R – Nós equacionámos todas as possibilidades, pois não queremos que isto se arraste. Este é o tempo limite. Responsabilizamos o presidente por esta situação, pelo que apenas lhe resta agir em conformidade com isso.

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