O distrito da Guarda «foi abandonado» nesta legislatura «porque é a lógica neoliberal deste Governo», afirma Santinho Pacheco. O cabeça de lista do PS divulgou o compromisso da candidatura na passada sexta-feira na esplanada de um café da Guarda.
O emprego, a saúde, as acessibilidades, o IPG, a redução das portagens e a reabertura do Hotel Turismo são os pontos-chave do programa dos socialistas. «O verbo que a maioria PSD/CDS mais conjugou foi encerrar, no público e no privado. Há 9.200 desempregados no distrito, dos quais 3.500 estão em POC’s [Programas Ocupacionais]», apontou Santinho Pacheco, para quem tem sido difundida «a ideia martelada de haver menos desemprego que em 2011 com o relançamento da economia». Pelo contrário, o socialista considerou que a emigração «é, de novo, uma chaga» na região. O cabeça de lista sublinhou que o investimento público é «fundamental» para relançar a economia local e «dar confiança» aos privados. «Não podemos perder mais quatro anos», avisou, lembrando que António Costa, se for eleito primeiro-ministro, terá na sua dependência direta a Unidade de Missão para a Valorização do Interior.
O PS compromete-se também a apoiar as freguesias onde a agregação é contestada e a “reocupar” os tribunais de Fornos de Algodres e Mêda com a realização de algumas fases processuais. Santinho Pacheco propõe ainda a criação das Aldeias Monumentais para localidades com património relevante, como Moreira de Rei (Trancoso) ou Vilar Maior (Sabugal). E no caso do Hotel Turismo vai exigir o cumprimento do contrato por parte do Estado, que contempla a reabilitação do imóvel, uma unidade quatro estrelas e uma escola de hotelaria. «Nestes quatro anos não se fez nada deliberadamente para se desembocar nesta espécie de privatização e isso preocupa-nos, pois não aceitamos que seja vendido ao desbarato», afirmou. O cabeça de lista do PS garantiu que vai defender a conclusão da segunda fase da requalificação do Hospital Sousa Martins, na Guarda, declarando que a vitória da coligação a 4 de outubro será «condenar o hospital a mais quatro anos de inatividade».
Nas acessibilidades, dá preferência à construção do IC que ligará o IP3 à A25 em Fornos de Algodres e à conclusão da modernização do troço Guarda-Covilhã da linha ferroviária da Beira Baixa. Quanto às portagens, Santinho Pacheco quer que, «no máximo, tenham o valor cobrado na A1, mas o ideal era baixarem 50 por cento». Por sua vez, Maria Antónia Almeida Santos, número dois da lista, reagiu à notícia de O INTERIOR sobre o não funcionamento da Ressonância Magnética na ULS. «Ficámos estupefactos com o caso, parece inacreditável porque o hélio desapareceu», disse, sublinhando que este episódio prova que, «ao contrário do que afirmou o cabeça de lista da coligação de direita, a saúde não está resolvida e continua a ser um problema».
Luis Martins