P – Que tipo de informação pode ser encontrada no Portal Cova da Beira?
R – O essencial do portal prende-se com informação sobre os produtores agrícolas e os artesãos da Cova da Beira. Apresentamos também um pouco da história, da cultura e da economia dos concelhos de Belmonte, Fundão e Covilhã. Neste momento, há uma base que ainda vai crescer. A ideia é ter também uma infografia das cidades e evocar um pouco as lendas de cada uma, mas, neste momento, ainda estamos em fase de construção. Neste momento, o Portal está a 10 por cento do que vai ser.
P – Qual o objectivo deste site?
R – O Portal surge para fazer uma divulgação que não era feita ou então se o era, era de uma forma muito “partida”. Ou seja, no site da Câmara ou de uma casa de artesanato, mas não havia um sítio onde estivesse tudo concentrado e que, simultaneamente, junte o agrícola e o artesanal. Portanto, a ideia foi e continua a ser tentar juntar toda esta informação num portal, onde será fornecida uma fotografia e uma descrição do respectivo produto ou peça de artesanato.
P – Neste momento, quantos artesãos e produtores hortícolas e frutícolas da região constam da base de dados? É um número que ainda poderá crescer?
R – Este projecto resulta de uma parceria com a RUDE e foram-nos cedidas bases de dados da própria associação e das autarquias. Numa fase inicial contactámos todas as Juntas e actualmente estamos um pouco à espera, porque a informação está a chegar-nos aos poucos. Já temos cerca de 15 pessoas inseridas, mas há uma certa dificuldade em apanharmos artesãos mais velhos para fotografarmos. Ainda é um número diminuto, mas que esperamos aumentar de forma significativa a curto prazo. Ainda no passado fim-de-semana, na Feira de Belmonte, tivemos mais algumas inscrições, até porque as pessoas ficam a saber que são gratuitas.
P – Esta ferramenta pretende contribuir para uma maior divulgação do potencial dos concelhos de Belmonte, Fundão e Covilhã?
R – A intenção é mesmo essa e abrir, simultaneamente, uma nova porta para os produtores e artesãos locais. Isto porque, estão aqui “fechados” e podemos conseguir arranjar outra forma de escoarem os seus produtos. Se calhar, alguns não vendem porque não estão devidamente divulgados.
P – Acha que eram sectores que estavam mal divulgados até agora?
R – Não digo que estavam mal divulgados, mas separados e distantes uns dos outros. A ideia é diferenciar estes produtores e artesãos por estarem na Cova da Beira. Além da qualidade, também há a diversidade de coisas que são feitas nesta região. Temos desde pintores com cerca de 80 anos a algo de que nunca tinha ouvido falar, como o pão de cereja. Até nós que somos de cá, estamos a descobrir coisas que não fazíamos a mínima ideia que existiam.
P – Vão adoptar alguma estratégia de promoção do Portal noutros pontos do país?
R – O primeiro passo é carregar o portal, que é a primeira grande dificuldade. Quanto à estratégia de divulgação a nível nacional, ela já está pensada, mas a nossa maior preocupação de momento é carregá-lo de informação. A estratégia de divulgação passa pelo cruzamento de informação com outras associações agrícolas e artesanais do país e esse levantamento também já está em curso. Em termos de promoção passa também pelas feiras de artesanato, mas o mais importante de tudo vai ser cada artesão ou produtor divulgar o portal nas feiras que fazem. Essa vai ser a grande “arma”, porque o portal vai ter que se auto-sustentar. Dentro de um ano, numa perspectiva optimista, a ideia é associar a cada produtor e artesão a possibilidade de terem uma loja on-line. Já assinámos um protocolo com a Cooperativa Agrofrutícula da Cova da Beira para termos uma base logística para poder operar.