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«Não» aos parquímetros no Largo de São João

Novo abaixo-assinado juntou mais de uma centena de comerciantes contra o estacionamento pago

Depois do abaixo-assinado a favor do estacionamento pago no Largo de São João, na Guarda, apareceu recentemente um outro, com mais de uma centena de subscritores, a reivindicar o contrário. Aliás como “O Interior” já tinha publicado, na edição nº 245, a ideia dos parquímetros não era do agrado de todos os lojistas da vizinhança e alguns chegaram mesmo a manifestar o seu desagrado pela posição dos colegas. O que levou um conjunto de comerciantes a entregar, na semana passada, outro abaixo-assinado à autarquia onde se manifestam, desta vez, contra à instalação de parquímetros naquele largo.

«Não concordamos com aquela proposta», explica Margarida Marques, proprietária de um café no Centro Comercial Garden, e mentora do protesto. Em causa estão «as despesas diárias que teríamos que despender do nosso bolso». Para os cerca de 118 subscritores a instalação de parquímetros no Largo de São João «não traz benefícios para o comércio daquela zona», sustenta Margarida Marques, que diz ter ficado «perplexa» quando teve conhecimento, através de “O Interior”, que os seus colegas estavam a reivindicar estacionamento pago. Para esta comerciante, a solução passa pela criação de parques de estacionamento, pois será «muito dispendioso pagar para deixar aqui o meu carro o dia todo». Por outro lado, sugere a criação de um parque de estacionamento «semelhante ao que existe na cave do centro comercial, mas com gestão da Câmara para ter taxas mais acessíveis», considera. Tal como já tinha sugerido Olga Martins, com estabelecimento no mesmo centro comercial. No entanto, Margarida Marques está receptiva a «todas as soluções, menos aos parquímetros», no chamado Largo do Cinema. Para esta lojista as soluções apresentadas pelo vereador do pelouro, Esmeraldo Carvalhinho, designadamente a Avenida Monsenhor Mendes do Carmo, «não servem nem os comerciantes, nem os clientes desta zona comercial».

E por isso sente «um certo receio em perder clientela», confessa, acreditando que se esta medida for para a frente «não irá beneficiar ninguém, nem mesmo aqueles que defendem a implementação de parquímetros». No entanto, a mentora do abaixo-assinado está confiante que as suas reivindicações venham a ser ouvidas pela autarquia, pois o seu tem «mais assinaturas» e, «diplomaticamente, ganhamos nós», acrescenta. Recorde-se que também Leonilde Gonçalves, do quiosque São João, tinha demonstrando discordância em relação aos parquímetros, sugerindo que fossem apresentadas «outras soluções». Tal como Alípio Pereira, proprietário de uma loja no Largo, que reclamou um parque subterrâneo, após garantir que aquilo que ganha «não dá para pagar o estacionamento dos parquímetros». Há uma evidente diferença de opinião entre os que reclamam os parquímetros e aqueles que se opõem ao estacionamento pago no Largo, mas só a Câmara da Guarda poderá decidir. “O Interior” tentou obter, até à hora do fecho desta edição, um comentário do vereador Esmeraldo Carvalhinho, cujo secretário disse que o titular do pelouro do Trânsito ainda não tinha conhecimento deste segundo protesto.

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