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«Não aceitaria ser primeiro-ministro sem ter vencido eleições»

O ex-Primeiro-Ministro criticou ontem, numa entrevista à Antena 1, a «batalha política que a direita fez contra o Governo a propósito da legitimidade» deste, considerando que se tratou de «uma batalha política inqualificável, porque só há uma legitimidade política, que é a constitucional». Embora afirmando-se apoiante do atual executivo, garantiu que nunca teria aceitado ser primeiro-ministro sem ter ganho as eleições, mas reconhece «toda a legitimidade deste Governo e toda a legitimidade do António Costa».

Quanto a uma eventual candidatura a Presidente da República, essa é uma hipótese posta de parte, pois considera-se um «homem mais virado para a ação e menos para a representação» e aqui chegam as críticas a Marcelo Rebelo de Sousa. «Não o posso acompanhar neste alvoroço. O alvoroço em que ele transforma a Presidência da República. Acho que o Presidente da República deve ser mais reservado e não aparecer na televisão todos os dias a comentar os mais diversos assuntos.»

O caso BPI também esteve em cima da mesa. «Acho que o decreto foi um erro e um erro do Presidente da República. Julgo que há uma precipitação do Governo em intervir diretamente», afirmou José Sócrates. Na entrevista o ex-Primeiro-Ministro questionou o papel do Banco de Portugal no caso e as razões pelas quais não fez uma intermediação, «como sempre aconteceu». «O empenho do Governo neste caso foi excessivo e um erro político, que espero que possa ser corrigido e ter um desenvolvimento que não traga prejuízos para o país. Mas o Governo fez isso com boa intenção de resolver um problema», salientou.

À Antena 1, José Sócrates falou também sobre o processo que decorre contra si em Portugal, fazendo críticas ao trabalho do Ministério Público e reafirma que as imputações contra si são “falsas, injustas e absurdas”.

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