A partir de sábado, o fascínio de Nadir Afonso pela geometria vai invadir a galeria de arte do TMG. Natural de Chaves, o pintor conta com 88 anos mas nem por isso pondera abandonar a actividade criativa.
Nesta exposição, que está patente até 18 de Maio, o transmontano apresenta trabalhos das últimas décadas, entre os quais alguns acrílicos sobre tela e guaches sobre papel. Nadir Afonso atribui ao mundo a necessidade de se reger por leis matemáticas. Esta convicção bem pode ficar a dever-se ao diploma em Arquitectura e ao convívio com Le Corbusier e Oscar Niemeyer, dois dos expoentes máximos do urbanismo geométrico. «O homem volta-se para a geometria como as plantas se voltam para o sol: é a mesma necessidade de clareza e todas as culturas foram iluminadas pela geometria», escreve o pintor, que aplica geometricamente este princípio às suas obras. Kuala Lumpur, Toronto, Varsóvia e Seattle são algumas das cidades que já pintou nos seus quadros. Contudo, é outro elemento que predomina em “Futuro”, o título desta exposição. Nestes trabalhos, Nadir Afonso vai às culturas clássicas e traz, mais que a rigorosa geometria, a harmonia dos elementos e dos temas. “Apolo” é o “ex-libris” desta exposição, sendo identificado com o Renascimento Futuro. Nele, o rosto da divindade grega surge semelhante ao que conhecemos da estátua de Delfos, mas envolvido em elementos do abstraccionismo que identifica o artista.