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«Museu do Côa será mola impulsionadora para toda a região»

Autarca de Vila Nova de Foz Côa sublinha a importância do equipamento, que deverá abrir ao público no final de Junho

O presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa diz esperar «muito» do Museu do Côa. O espaço dedicado à arte rupestre do Vale do Côa, classificada como Património Mundial, tem abertura ao público prevista para o final do próximo mês e será gerido por uma Sociedade Anónima, de acordo com o anunciado recentemente pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

«Espero que seja um dos projectos-âncora e que potencie todo o desenvolvimento, não só de Foz Côa, como de toda a região», afirma Gustavo Duarte. O edil considera que o museu será «uma mola impulsionadora importante para toda esta zona», mas lamenta, no entanto, o atraso na sua edificação: «As gravuras foram descobertas em 1994 e foram 16 anos perdidos, mas “mais vale tarde que nunca”», sublinha o social-democrata. Relativamente à constituição da Sociedade Anónima para gerir o museu, o autarca de Vila Nova de Foz Côa esclarece «ainda não estar fechado o número de entidades que a vão integrar» e que «é evidente que a Câmara será sempre um parceiro indispensável, mas há outras entidades cuja participação ainda estamos a ajustar».

Quem também já reagiu às declarações de Gabriela Canavilhas foi a ACÔA – Associação de Amigos do Parque e Museu do Côa, presidida por João Nicolau de Almeida. Em comunicado, esta entidade congratula-se com a abertura do museu, que é «um pólo cultural importante que pode e deve ter um papel dinamizador da região». No mesmo documento pode ler-se ainda um alerta quanto à gestão do equipamento, pois o modelo de Sociedade Anónima escolhido terá de ser dotado de «estatutos sólidos, que protejam a sua gestão de tentações de um partidarismo fácil e de soluções atentatórias da defesa da causa pública». Sobre este ponto, ressalvam igualmente que «não será aceitável que a criação da Sociedade Anónima anunciada seja acompanhada pela quebra de contratos e precarização do emprego de quem tem, com empenho e qualidade, trabalhado no Parque Arqueológico do Vale do Côa».

Com um custo inicial da ordem dos 18 milhões de euros (equipamentos incluídos), aquele que será o segundo maior museu (em área) de Portugal a seguir ao de Arte Antiga, em Lisboa, constitui-se como um local de descodificação da arte paleolítica, sendo que grande parte do seu conteúdo estará no exterior, como o território e a arte rupestre do Vale do Côa. O concurso público internacional para a criação de um museu que poderá ser importante para o incremento do turismo naquela região foi lançado em Novembro de 2003, mas desde 1996 que existia a intenção de o construir, ano da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), uma área considerada Património da Humanidade a preservar dois anos depois pela UNESCO. Em 1998, o Estado português assumiu o compromisso de desenvolver a conservação da arte rupestre e promover a construção de um museu, de modo a proporcionar a um público alargado a informação adequada, inseri-lo nos circuitos do turismo e promover o desenvolvimento económico e social da região.

No final de 2001, o Ministério da Cultura escolheu o projecto em cascata de Maia Pinto, antigo director do PAVC, para o sítio da Canada do Inferno, local onde deveria ter sido construída a barragem da EDP. O Governo PS caiu em Março de 2002 e arrastou consigo o primeiro Museu do Côa, que a coligação PSD-PP, entretanto eleita, mudou para uma encosta sobranceira à confluência dos rios Côa e Douro, na zona Norte do parque. Uma nova localização, no Vale de José Esteves, que implicou um projecto mais pequeno, custos mais reduzidos, mas centralidade em relação a vários núcleos de gravuras. O vencedor do concurso público internacional foi conhecido em Maio de 2004, mas só mais de dois anos depois é que foi lançado o concurso para a construção. As obras arrancaram no início de 2007estimava concluir no último trimestre de 2008.

Rafael Mangana Museu será gerido por uma Sociedade Anónima

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        toda a região»

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