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Museu da Guarda dos mais visitados do país

A promoção do Euro 2004, o tempo instável e a boa oferta cultural são algumas das razões apontadas

A primeira quinzena de Agosto atraiu mais pessoas a sete museus tutelados pelo Instituto Português de Museus (IPM) do que durante o mês inteiro anterior. Entre a lista dos mais visitados destaca-se o Museu da Guarda. Para a directora, Dulce Helena Borges, foi uma «surpresa agradável», constatando, que este «foi um Verão bastante bom, a nível do público visitante e de turistas».

Durante o mês de Agosto o Museu da Guarda foi visitado por cerca de 1.200 pessoas, quase o dobro do que no mês homólogo do ano passado, «o que são números animadores», realça a responsável técnica. No entanto, não encontra uma razão válida para esta afluência tão significativa, mas «há um conjunto de factores que ajudam», nomeadamente, a maior visibilidade que foi dada aos Museus, com a promoção do Euro 2004, relembra a directora. «Houve um esforço notório», por parte do IPM e dos próprios museus, que «deu e vai continuar a dar frutos», comenta a responsável, acrescentando que esta promoção foi «um catalisador para estes bons resultados». E outros factores, como a oferta cultural, «que também agradaram ao público», tal como «o tempo instável que também proporciona a entrar nos monumentos e Museus», enumera Dulce Helena Borges. Porém a segunda e a quarta semana de Agosto, «são sempre dias com muita afluência em todos os anos», sublinha.

O facto do Museu da Guarda se encontrar entre os sete museus tutelados pelo IPM com mais visitantes «é um incentivo para se continuar a trabalhar como até aqui ou mais», diz com agrado a responsável técnica. Os outros museus com mais visitantes são Aveiro, Chiado (Lisboa), Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso (Nazaré), Grão Vasco (Viseu), Monográfico de Conímbriga e Arqueologia (Lisboa). Aos 24 museus do IPM acorreram 66 mil visitantes na primeira quinzena de Agosto, enquanto durante todo o mês de Julho não excederam os 81 mil.

Exposição “Raul Lino, Cem anos Depois” no Museu

No âmbito da exposição “Raul Lino, Cem anos Depois”, que está patente no Museu da Guarda, vão realizar-se, na quarta-feira da próximo semana, várias conferências sobre a obra deste arquitecto. A iniciativa conta com a participação dos arquitectos José Manuel Fernandes e Michel Toussaint, e da directora do Museu da Guarda. A partir das 14h30m, José Manuel Fernandes apresenta aspectos gerais sobre a obra de Raul Lino, e de seguida, o arquitecto Michel Toussaint, vai explicar como “Raul Lino entendeu e lutou contra a Arquitectura Moderna”. Por fim, Dulce Helena Borges vai conferenciar sobre as obras deste arquitecto na Guarda. Quanto à exposição que está patente até dia 15, pretende assinalar o centenário das primeiras casas edificadas em Portugal sob projecto deste arquitecto que marcou a arquitectura portuguesa dos primeiros três quartéis do século XX. Por outro lado, visa também dar a conhecer uma obra muito ecléctica que, embora essencialmente centrada na arquitectura doméstica abrangeu ainda outros aspectos de que são exemplo os desenhos de artes decorativas, ilustrações, cenografias, figurinos e uma obra escrita de vasta dimensão. O que evidencia a «sua faceta desconhecida de grande diversidade», sublinha a responsável. Sendo que Raul Lino não foi só arquitecto, porque também fazia tudo o que concerne à casa, como as telhas, os bancos e até mesmo o mobiliário. Tudo isto pode ser apreciado nesta mostra.

Com a apresentação de “Raul Lino, Cem anos Depois” o Museu da Guarda pretende ainda divulgar o património edificado na Guarda sob o traço deste «grande mestre», designadamente, o Sanatório Sousa Martins e uma moradia na Rua Batalha Reis, explica Dulce Helena Borges. Esta é também uma forma de «chamar a atenção para o seu estado de conservação», sublinha a directora, ao mesmo tempo que se assinalam os cem anos sobre o início da construção do Sanatório Sousa Martins. Uma infra-estrutura de grande importância para a cidade da Guarda, mas «o que poucos investigadores sabem é que o projecto do antigo Sanatório influenciou a concepção de outras casas», refere Dulce Helena Borges, adiantando que é uma das análises que vai descortinar na sua apresentação. Nesta exposição temática é apresentada uma «biografia exaustiva», estando em análise sete casas paradigmáticas da sua vasta obra.

Patrícia Correia

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