Arquivo

Museu Arqueológico do Fundão pronto até ao final do ano

Museu Municipal José Alves Monteiro será o centro aglutinador de todos os núcleos arqueológicos existentes no concelho

O Museu Arqueológico Municipal José Alves Monteiro, no Fundão, estará pronto para visitas ao público ainda este ano na antiga Casa Serrão, um edifício com vestígios do século XVI e casa senhorial no século XVIII.

As obras de recuperação do imóvel, localizado na zona histórica da cidade, estão quase concluídas, prevendo-se o fim da intervenção arquitectónica em Maio. Já o núcleo de museologia deverá estar concluído até ao final do ano, onde passará a dispor de acervos arqueológicos da pré-história ao período romano, mais precisamente, do paleolítico ao século IV/V. O Museu Municipal foi fundado em 1942 por José Alves Monteiro na dupla vertente etnografia/arqueologia, mas até hoje nunca funcionou como um verdadeiro museu, face ao reduzido espaço. «Era um cubículo», aponta João Rosa, coordenador do Museu. Facto que levou a que os objectos museológicos ficassem espalhados por diversos locais, abrindo ao público escassas vezes. Interessada em preservar o património do concelho, rico em vestígios arqueológicos, a autarquia fundanense decidiu criar em 2003 o Museu na Casa Serrão, mas exclusivamente vocacionado para a Arqueologia. Por serem mais reduzidos, os objectos etnográficos, como bombos, lanças africanas ou instrumentos populares, está actualmente na posse da autarquia e será posteriormente integrado em futuros núcleos museológicos.

Com 500 metros quadrados para exposições permanentes, a Casa Serrão é, segundo João Rosa, um «espaço condigno» para acolher o espólio. A escolha deste espaço para localizar o Museu, que vai dispor ainda de um centro de documentação e arquivo e um pequeno auditório, também foi «preferível» a uma construção de raíz. «Assim, reabilitou-se o Centro Histórico e uma casa com valor patrimonial», destaca João Rosa, ainda para mais quando será o «centro aglutinador» de todos os núcleos arqueológicos existentes no concelho, nomeadamente, o de Castelo Novo e o futuro Centro de Interpretação de Arte Rupestre, na Barroca do Zêzere. Recorde-se que o Núcleo Museológico de Castelo Novo abriu as portas em Setembro do ano passado e ali pode ser encontrado o melhor acervo descoberto nas ruínas do castelo por arqueólogos da Câmara do Fundão. De entre as várias peças expostas naquele espaço, poderá contemplar-se um conjunto numismático de moedas do século XIII, alguma cerâmica medieval, objectos simbólicos ligados ao poder da Ordem do Templo, como emblemas e anéis, ou até o remate de uma bainha marcada pela insígnia da Ordem de Cristo.

A recuperação da Casa Serrão custou cerca de 700 mil euros, e foram comparticipadas em 50 por cento pelo Interreg III. Apesar de ser um Museu Municipal, este funcionará com as mesmas regras dos espaços tutelados pelo Instituto Português de Museus: encerrará à segunda, estando nos restantes dias aberto ao público.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply