Até ao final do mês deverá estar formalizado uma “task force” que terá a função de elaborar um plano estratégico para a agricultura e para as zonas rurais no distrito da Guarda. O grupo de trabalho que vai ser coordenado pelo Governador Civil vai integrar ainda um representante dos municípios do distrito, dois das associações de agricultores, um das florestas, um da pecuária e outro da CCDRC – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Santinho Pacheco espera «ainda este mês» poder apresentar os elementos que vão constituir esta equipa que pretende que comece a «trabalhar muito rapidamente». Acima de tudo, «temos de pensar num paradigma novo do mundo rural», realça o responsável que defende que «não temos outra saída se não ter uma estratégia. Não podemos andar aqui ao sabor do improviso. O plano tem de ser indicativo por parte da administração central do que se deve fazer». O Governador Civil exemplificou com «a introdução de algumas explorações de ovinos e caprinos que ajudem a criar zonas-tampão de progressão de incêndios» que seriam «extremamente importantes». Por outro lado, salienta as «potencialidades» que o distrito oferece, «designadamente na produção de carne e de determinadas espécies florestais», como «os castanheiros». Assim, o objectivo é «preparar um bom documento» e uma «boa estratégia», de maneira a «pensar o mundo rural de uma outra forma», até porque «está muito para além da actividade agrícola».
Neste sentido, a Guarda «é uma zona com grande poder de atractibilidade por parte de gente que vive nas grandes cidades», sendo que a gastronomia «é e deve ser um dos principais produtos turísticos da nossa região». Quando o plano estratégico estiver elaborado, o documento será apresentado ao ministro da agricultura para «dizermos que na Guarda precisamos disto e temos potencialidades para aquilo», aponta.
Avançar com uma data previsível para o estudo ficar concluído é que é mais difícil, uma vez que é «preciso contactar muita gente» e o distrito da Guarda é um «território muito diferente e heterogéneo» com diversas tipologias. Duas «questões fundamentais» na elaboração deste documento são a comercialização e a certificação, já que «não nos interessa estar a produzir um produto que não possa ser certificado como autêntico da Guarda». Santinho Pacheco frisa que «temos de implementar a marca Guarda, nas nossas morcelas, chouriças, azeite» que seja capaz de dar «autenticidade e mais-valia ao produto porque o facto de serem produzidos numa zona não poluída tem valor acrescentado». Esta ideia da «comercialização e da certificação da marca é fundamental e isso é muito difícil de implementar», sendo que o modo «como o fazer num território como o nosso é um desafio muito grande». O Governador Civil sustenta que «há nichos de mercado» e que é importante «deixar os políticos de parte e colocar essa equipa técnica a fazer o seu trabalho, ouvir as pessoas , não olhando muito para trás porque há poucos exemplos a recorrer e estou convencido de que vamos fazer um bom plano estratégico para a agricultura e para o desenvolvimento rural», resume.
Ricardo Cordeiro