Uma mulher de 31 anos morreu na Guarda, na noite de sexta-feira, após ter sido esfaqueada várias vezes pelo marido durante uma discussão. O crime ocorreu no apartamento onde viviam, na Rua Gago Coutinho, enquanto os filhos do casal, de três e nove anos de idade, dormiam no quarto ao lado.
A vítima, que sofreu seis golpes nas costas e no peito, foi encontrada na cozinha já sem vida por um amigo do casal, a quem o alegado homicida telefonou dizendo-lhe que tinha morto a mulher à facada. Foi este homem que alertou as autoridades para a tragédia. Segundo fonte policial, marido e mulher terão discutido, por motivos ainda não apurados, e chegado a vias de facto, tendo o presumível homicida, de 37 anos, sofrido também vários golpes profundos nas mãos, pelo que foi transportado ao Hospital Sousa Martins. Cortes que, de acordo com a mesma fonte, poderão ter sido desferidos pela mulher na discussão, uma possibilidade que a PJ não descarta.
A falecida, Sandra Fernandes, era natural de Chaves e vivia desde que casara, há 13 anos, na Guarda, onde era funcionária administrativa do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT). O marido e alegado autor das facadas fatais, Marcelo Fernandes, de nacionalidade brasileira, mas filho de pais portugueses, também oriundos de Chaves, é funcionário da autarquia e responsável pela manutenção das piscinas municipais. O casal vivia no terceiro andar do n.º 23 da Rua Gago Coutinho, junto ao Vivaci. Depois de recolhidas por um casal na noite do crime, as crianças foram entregues, no sábado, à guarda da avó materna, que se deslocou à Guarda juntamente com familiares.
A faca de cozinha, com uma lâmina de 25 centímetros de comprimento, utilizada no crime foi apreendida pela PSP da Guarda e entregue posteriormente à Polícia Judiciária, que está investigar o crime. De resto, no sábado, a PJ deteve Marcelo Fernandes no hospital, onde esteve internado até ao início desta semana, para ser presente ao juiz do Tribunal da Guarda. Após o primeiro interrogatório, o magistrado decretou a prisão preventiva do presumível homicida, cabendo agora à Judiciária determinar o que se passou na noite de sexta-feira na casa da família Fernandes.