Numa altura em que o início do ano lectivo se aproxima a passos largos, muitos professores estão ainda por colocar nas escolas do distrito da Guarda. O caso mais preocupante, entre os vários estabelecimentos escolares contactados por “O Interior”, verifica-se na Escola Secundária com 3º ciclo Gonçalo Anes Bandarra (Trancoso), onde estão por colocar mais de metade dos docentes. Conhecidos todos os problemas verificados com as listas de colocação dos professores, a abertura do ano escolar não vai processar-se ao mesmo tempo nos mais diversos pontos do distrito.
«É uma situação extremamente preocupante principalmente para a preparação do ano lectivo», garante Carlos Delgado, presidente do Conselho Executivo da Secundária com 3º ciclo Gonçalo Anes Bandarra, onde estão por colocar 30 professores, enquanto que no quadro existem 25, mas destes «quase metade está em concurso», sublinha. Desta forma, «ainda vai haver muitas mexidas», um cenário já habitual na escola trancosense onde o corpo docente «é sempre muito volátil», indica. «É praticamente impossível começar o ano escolar dia 16», data apontada pelo Governo, uma vez que os resultados do concurso deverão sair a 13 e como os professores têm dois dias para se apresentar não haveria condições para se poder preparar o início do ano lectivo. «Fala-se numa semana de tolerância e o dia 23 já é uma data que servirá minimamente para preparar a abertura do ano lectivo em condições», reconhece Carlos Delgado. Igual situação deverá ocorrer na Escola Secundária com 3º ciclo do Ensino Básico do Sabugal, onde o Conselho Executivo está a apontar para que o ano lectivo comece no final do período concedido pelo Ministério, ou seja, dia 23, adianta o vice-presidente José Gonçalves. Na escola raiana estão por colocar 19 professores, enquanto que no quadro estão 60. Também na Escola Secundária com 3º ciclo do Ensino Básico de Gouveia está por colocar um número significativo de professores: 31 ao todo, ao passo que os pertencentes ao quadro rondam os 80, indica Armando Almeida, presidente do Conselho Executivo. Quanto à abertura do ano escolar, «está decidido arrancar no dia 21», garante.
Em relação às escolas da capital de distrito, a Secundária da Sé é aquela onde estão por colocar mais docentes, 24 no total, enquanto que no quadro se encontram 103, mais três professores estagiários. Ainda assim, Luís Campos, presidente do Conselho Executivo desta escola da Guarda, realça que o panorama «não é muito preocupante», embora preferisse ter todos os docentes disponíveis no dia 20: «Oxalá que tenhamos todos os professores quando abrirmos em pleno, mas caso contrário o ano começará na mesma», assegura. Assim sendo, as actividades para os alunos que estão na escola pela primeira vez têm lugar a 17 para as aulas começarem «em pleno» dia 20, completa. Já na Escola Básica do 2º e 3º ciclos de São Miguel, cujo número de docentes do quadro ultrapassa os 90, tem 19 professores por colocar «entre horários completos e incompletos», refere o presidente do Conselho Executivo, José Palha. Por último, na Escola Secundária com 3º ciclo Afonso Albuquerque, estão por colocar apenas «cinco professores com horário completo e três com horário incompleto», num estabelecimento onde os 160 docentes do quadro representam «cerca de 98 por cento do total», indica António Soares, presidente do Conselho Executivo. Quanto à abertura do ano escolar, no dia 16 serão afixados os horários e a 17 os directores de turma reúnem com os alunos para as aulas começarem «a sério» no dia 20, refere.
Ricardo Cordeiro