P – Quais são as principais actividades que se desenvolvem neste momento da delegação de cultura do INATEL da Guarda?
R – Neste último trimestre está a decorrer o concurso de fotografia António Correia, sob o tema “O verde urbano”, até 16 de Novembro. Temos também a decorrer o ciclo de teatro de Outono, que é um conjunto de espectáculos onde há uma itinerância entre os grupos do distrito, mas também, de distritos vizinhos. Lançamos, em Novembro, o Boletim Cultural do INATEL, que será o último de um conjunto de 21, que tem saído semestralmente e é um espaço de reflexão e formação para os quadros associativos. Em Dezembro vão realizar-se alguns concertos de Natal, com grupos corais ou grupos de metais de bandas filarmónicas.
P – E quanto a novos projectos?
R – Neste momento não há nada programado relativamente ao próximo ano. O orçamento e o plano de actividades de 2010 ainda não foram aprovados, de modo que, não poderia estar a anunciar nada que fosse novidade relativamente a este ano.
P – A gestão introduzida com um novo estatuto de fundação viabiliza projectos?
R – Sim. Até ao momento, não me parece que tenha havido uma grande viragem na actividade cultural e nas suas características, bem como naquilo que me é exigido. Da parte do director da Agência e dos colaboradores da sede da Fundação INATEL, não tenho encontrado oposição àquilo que tem sido, por um lado, o apoio às actividades dos grupos que são nossos associados e à nossa própria actividade. Não tenho notado uma inflexão de caminho. Há pequenas nuances, mas para já ainda não são muito claras grandes diferenças relativamente à actividade que estávamos a desenvolver até agora.
P – Que balanço faz da intervenção cultural no INATEL até agora?
R – É sempre um balanço de algum contentamento, porque vemos que alguns resultados são conseguidos. Mas também de alguma frustração e insatisfação, porque a capacidade da Agência do INATEL da Guarda é muito pequena. Nós trabalhamos com um orçamento de 48 mil euros, que já inclui vencimentos de técnicos. Portanto, é uma importância mínima, tendo em conta que é utilizada para actividades de todo o distrito, a somar a actividades nossas e dos CCD’s (Centros de Cultura e Desporto) que nós apoiamos. Muitas vezes temos que dizer “não” a algumas iniciativas das associações ou que temos pouco dinheiro para lhes dar. E também não temos margem de manobra para podermos fazer 10 actividades, em vez de cinco, por exemplo. Eu também estou na Fundação INATEL a tempo parcial, o que não me permite uma dedicação muito grande às iniciativas. Em suma, é uma actividade com muitas limitações.
P – Mas pensa que essa situação poderá melhorar no futuro?
R – Não. O que nos pedem por parte da Fundação é que rentabilizemos mais o dinheiro que temos. Portanto, a ideia é repartir mais ainda, poupar e tentar arranjar mais parcerias.
P – Quantas colectividades estão actualmente associadas ao INATEL?
R – Temos entre 100 a 120 associações filiadas. Estas associações não são todas da área cultural. Nessa área especificamente haverá 50 a 60, e a trabalhar com regularidade e com um plano de actividades bem delineado ao longo do ano, talvez 30 a 40.
P – Vai haver alguma campanha para angariar sócios?
R – Nós temos feito esse trabalho, mas não é um objectivo central da nossa actividade. Ora, se não temos fundos para atribuir a todas as actividades que gostaríamos de apoiar, isso significaria dividir o dinheiro por muitos mais. Agora, qualquer grupo ou associação que queira filiar-se, pode fazê-lo. Só tem que respeitar algumas regras que são depois indicadas na Agência INATEL, mas não é um “cavalo de batalha” nosso, temos outras coisas com que nos preocupar. As associações que já temos têm muitas carências e é com essas que nos preocupamos.